Páscoa sangrenta

Por Ronaldo Derzy Amazonas*

A grande imprensa parece já ter emudecido sobre um dos mais infames e terríveis ataques de intolerância religiosa e ao exercício da fé alheia que se tem notícia nos tempos modernos este que aconteceu contra cristãos católicos no dia da Páscoa no Siri Lanka.
A comemoração da Páscoa é para os judeus e católicos o ápice da religiosidade pois marca a lembrança de uma passagem entre a dor, o sofrimento, a perseguição e a chegada a um novo tempo de fartura, de alegrias, de libertação e de vida renovada.

As festividades pascais marcam, para os católicos, o início de um tempo litúrgico de celebração da alegria e da exultação da vida depois de vivenciarem a  tristeza da paixão com a agonia na cruz e com a morte de Jesus, por isso, os templos ficam repletos da presença de fiéis que, com fé e tradição, se juntam para comemorar a vitória da vida sobre a morte com a ressurreição de Jesus.

Os infelizes terroristas islamitas ao escolherem o dia da Páscoa cristã e os templos católicos para perpetrarem e consumarem aqueles atos de pura insanidade e da mais cruel covardia, tinham em mente com toda certeza que estariam praticando algo que causaria terrível dor e lamento em tantos quantos que como eu professam a fé católica, mas, seus intentos não tiveram êxito.

Antes de causarem vítimas, os facínoras e pusilânimes terroristas do estado islâmico, produziram centenas de mártires cristãos católicos entre homens, mulheres, crianças e famílias inteiras e, a fé que estes professavam, há de se multiplicar aos milhares naquele continente porque a semente plantada por Jesus e a Palavra divulgada pelos Apóstolos dois mil anos depois, há de continuar viva e rediviva porque foi para isso que o Filho de Deus habitou entre nós e morreu na cruz e sua paixão não foi em vão.

Eles não apagarão as palavras dos profetas! Eles não calarão as vozes dos filhos e filhas de Deus! Eles não alcançarão seus intentos bestiais ainda que muitas vezes consumados em nome de um deus que não existe!

O sangue derramado por Jesus durante o caminho do calvário e na cruz onde foi imolado, se mistura hoje ao sangue dos cristãos inocentes e da igreja católica que sofre perseguições na África, na Ásia e no Oriente Médio geralmente levado a cabo por fundamentalistas de uma fé marcada por contradições, por textos e por atitudes que não encontram amparo nos verdadeiros seguidores de um único Deus que é amor, misericórdia e que respeita e defende a vida dos seus.

Oremos para que menos episódios como estes continuem a ocorrer e que Deus, de infinitas bondade e misericórdia, tenha compaixão dessas infelizes criaturas suas.

Té logo!

*O autor é farmacêutico bioquímico e diretor-presidente da Fundação Alfredo da Matta