A “Operação Ptolomeu”, deflagrada hoje pela Polícia Federal, com apoio da Controladoria-Geral da União, está agitando o meio político local. Isso porque está no alvo dela a família que controla a maior empreiteira em atuação no Amazonas, a Etam. O objetivo é desarticular organização criminosa envolvendo ilícitos de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados à cúpula do Governo do Estado do Acre, onde o governador, Gladson Cameli, é filho do empresário Eládio Cameli, responsável, entre outras, pela obra de duplicação da AM-070 (Manaus-Manacapuru).
A investigação, que tramita no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ), identificou um grupo criminoso, controlado por empresários e agentes políticos ligados ao Poder Executivo estadual acreano, que atuavam no desvio de recursos públicos, bem como na realização de atos de ocultação da origem e destino dos valores subtraídos.
Desde as primeiras horas da manhã, 150 policiais federais, com auxílio de 10 auditores da CGU, cumprem 41 mandados de busca e apreensão e 1 mandado de prisão em 4 estados, nas cidades de Rio Branco/AC, Cruzeiro do Sul/AC, Manaus/AM e Brasília/DF.
Além disso, o Superior Tribunal de Justiça decretou inúmeras medidas cautelares diversas da prisão, como o afastamento da função pública, a proibição de acesso a órgãos públicos e o impedimento de contato entre os investigados. Somando-se a isso, o STJ determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 7 milhões nas contas dos investigados, além do sequestro de veículos de luxo adquiridos com o proveito dos crimes.
A apuração, fruto de Inquérito Policial instaurado e instruído no âmbito da Polícia Federal, reuniu vasto conjunto de elementos probatórios que demonstram o aparelhamento da estrutura estatal, com a finalidade de promover diversos crimes contra a administração pública. Nesse sentido, foram identificadas dezenas de transações financeiras suspeitas em contas correntes, pagamentos de boletos de cartão de crédito por pessoas interpostas, transações com imóveis de alto valor e aquisições subfaturadas de veículos de luxo.
Verificou-se, ainda, a prática constante de altas movimentações de valores em espécie, inclusive com uso do aparato de segurança pública. A CGU apurou que as empresas envolvidas possuem um grande volume de contratos com o poder público. O valor total empenhado para sete empresas foi de 142 milhões de reais durante o período analisado, sendo 17 milhões oriundos de convênios federais e repasses do SUS e do FUNDEB. Ademais, foi possível constatar que os valores movimentados pelos envolvidos ultrapassam R$ 800 milhões, montante totalmente incompatível com o patrimônio e a atividade empresarial dos investigados.
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