Justa homenagem

Tenho comigo que cada um dos leitores guarda boas recordações de seus professores, em todos os níveis de escolarização que perlustraram, certamente porque foram eles, com dedicação e esmero, os que abriram os caminhos que percorremos, quaisquer que tenham sido as trilhas ou as estradas largas que conseguimos seguir. Têm sido assim as revelações que sigo ouvindo a cada vez que converso com familiares e amigos relembrando as passagens estudantis.

Nascido de mãe professora que constituiu família na qual todos nos preparamos e ministramos aulas com paixão por tal exercício de valor, o que tem sucedido também com alguns de seus netos e bisnetos, desde bem cedo aprendi a valorizar essa profissão e a reconhecer méritos em todos que se dedicam a esse mister.

Desde o grupo escolar, fase em que estudei nas escolas “Antônio Bittencourt” e “Marechal Hermes” seguindo para o Instituto de Educação em cujo dia de aula inaugural experimentei minha primeira calça comprida, como era próprio da minha idade naqueles anos, depois no Instituto Christus, até a formação em Direito na faculdade do Largo dos Remédios e a mestrado na Universidade do Amazonas e na UIB, de Illas Baleares que só pude cursar parcialmente por atropelos de trabalho, fui amealhando conhecimentos com jovens e com experientes mestres, aos quais me curvo em agradecimento e honrarias.

Foram tempos dos primeiros jornais escolares, das lides em grêmios estudantis, dos concursos de oratória e declamação, das olimpíadas e gincanas escolares, das festividades folclóricas, dos desfiles da semana da Pátria, ao mesmo tempo em que ia se formando a consciência que deve ser cidadão e democrática, plural e respeitosa que deve constituir a boa índole, a moral e a ética.

A par da orientação em casas de ensino, tive o privilégio de convivências que muito me ensinaram, desde o aconchego da cada um de nossa família, com nosso pai e mestre que a vida ensinou, aos irmãos e irmãs mais velhas aos muitos e variados amigos que constitui nas instituições sociais, culturais, acadêmicas, científicas e na imprensa, os quais se desdobravam em exemplos e lições incontáveis que muito têm valido ao longo da existência que atravesso e que há de valer tempos afora em qualquer plano em que meu espírito esteja.

Há nomes, entretanto, que não se perdem na minha memória e que marcaram mais fundamente, seja nas salas de aula, seja nos caminhos vários que tenho atravessado: Sebastiana Braga, Janeth Serejo, Maria Amélia Donadio, Alzira Góes, Lila Borges de Sá, Garcitilzo do Lago e Silva, Rita Calderaro, Nazaré Xavier, Martha Falcão, Roosevelt Braga dos Santos, Mirtes Trigueiro, Alfredo Fernandes, Américo Alvarez, André Araújo, João Corrêa, João Crisóstomo de Oliveira, Jacobede de Oliveira, Aristóteles Alencar, Oyama Ituassu, Benjamin Brandão, Samuel Benchimol, Paulo Nery, Vivaldo Barbosa, Gilberto Freyre, Mário Ypiranga, Mendonça de Souza, Aderson Dutra, Maria Amélia Bittencourt, Ulysses Bittencourt, Carlos Araújo Lima, Rosa do Espírito Santo Costa, Arthur Reis… e seguir-se-ia um cem número de nomes que mostraram caminhos, corrigiram rumos, salientaram exemplos, assinalaram a importância dos sonhos e o valor da luta para concretizá-los.

Por isso, nada mais justo do que, em data em que se festeja o Dia dos Professores venha, nesse canto de página que me acolhe há mais de cinquenta anos na imprensa manauense, proclamar o exemplo que os mestres sempre legam aos que acolhem nas salas de aula ou nas conversas de varanda.

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