A eleição para a vaga de desembargador deixada por Domingos Chalub, que se aposentou compulsoriamente este ano, promete ser a mais agitada e concorrida de todos os tempos. Nos últimos dias uma guerra jurídica começou em torno da candidatura de Flávio Cordeiro Antony Filho, recentemente exonerado do cargo de chefe da Casa Civil do Estado e claramente apoiado pelo governador Wilson Lima (União), que é quem dará a palavra final sobre a escolha. Paralelamente surgiram novidades na disputa, como o renomado advogado Anielo Aufiero, que anunciou sua inscrição.
Antony arregimentou um verdadeiro exército de advogados para sua inscrição, conseguida graças a uma decisão judicial, já que ele não exerceu a advocacia nos últimos dez anos e não se enquadra no edital da eleição. Ele foi à Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Amazonas (OAB-AM), acompanhado de pelo menos uma centena de eleitores. Foi a primeira demonstração de força entre os principais candidatos.
Acompanhado da esposa e dos filhos, teve torcida animada aos gritos de “Flávio! Flávio!”, “Nosso desembargador” e “A OAB é nossa!”. Ele tem feito uma campanha que tenta mostrar que a entidade dos advogados “não tem dono”, já que a atual direção apoia abertamente a candidatura do adversário Marco Aurélio Choy, que inclusive interpelou o juiz federal Ricardo Sales para saber o que ele pretendeu com a decisão que admitiu a inscrição de Antony.
“Meu sentimento é de gratidão por acreditarem neste projeto, gratidão por acreditarem no meu trabalho. Eu acho que ninguém faz nada sozinho. Se você não tiver pessoas te apoiando, dificilmente os resultados aparecem. Eu estou bem feliz e a responsabilidade aumenta agora com essa quantidade de pessoas que vieram aqui para me apoiar. A gente espera não decepcionar ninguém. Agora é trabalhar atrás de voto”, disse.
A votação
A eleição do Quinto Constitucional entre advogados do Amazonas está prevista para ocorrer no dia 19 de dezembro de 2025. A classe vai escolher seis nomes – três homens e três mulheres – entre os candidatos inscritos para o cargo de desembargador. Já há quem preveja um protelamento do pleito, devido a possíveis futuras decisões judiciais.
Conforme a Constituição Federal, 1/5 das vagas de desembargador em Tribunais de Justiça federais e estaduais do Brasil devem ser reservadas para advogados e membros do Ministério Público. A escolha de quem ocupa tais cargos acontece através deste processo eleitoral em diversas etapas.
Os seis nomes escolhidos pelos advogados, a chamada lista sêxtupla, é enviada ao TJ-AM, onde os desembargadores escolhem três, a chamada lista tríplice. Por fim, é o governador do Estado que define entre os três nomes quem vai assumir como novo desembargador.
