ZICA, MICROCEFALIA E OUTRAS TRAGÉDIAS 

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O Zika vírus ou ZIKAV é um arbovirus (os que tem origem na floresta) e foi primeiramente isolado no ano de 1947 mas matas de Zika em Uganda, na África. Seus reservatórios silvestres são alguns primatas e o principal vetor(transmissor) são os mosquitos do gênero Aedes aí incluído o A. aegypti causador também da febre amarela, da chikungunia e da dengue.
 Há ainda estudos recentes correlacionando a infecção pelo vírus à Síndrome de Guillain-Barré, doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca parte do próprio sistema nervoso por engano. Isso leva à inflamação dos nervos o que provoca fraqueza muscular.
Apenas por esse intróito já dá para imaginar tremendos estrago e confusão  que nos causam um mosquito de alguns milímetros de tamanho, por isso, convido o leitor para sentir comigo a dramática  situação que estamos vivenciando que poderá provocar danos de proporções inimagináveis para a saúde humana global caso não sejam adotadas medidas emergenciais, profundas e sustentadas por todos os níveis de governo e por nós cidadãos, os mais penalizados.
 Existem evidências epidemiológicas muito fortes de que o Zika vírus tenha entrado no Brasil durante a realização da Copa do Mundo de 2014 ( um “belo” legado) em cuja época, houve a vinda de centenas de milhares de turistas, incluindo os africanos, os quais podem ter trazido o vírus pro nosso país aqui encontrando as condições ideais para sua proliferação e manutenção.
Para perplexidade dos operadores e do meio científico da saúde mundo afora, há quase certeza de que também esse vírus é o principal causador da microcefalia, uma condição neurológica rara em que a cabeça e o cérebro da criança é significativamente menor do que a de outras da mesma idade e sexo, provocando entre outras consequências o atraso mental, o déficit intelectual, problemas na visão, atraso no crescimento, paralisia, convulsões, epilepsia, autismo e rigidez dos músculos com limitação motora, entre outros.
Não sendo, em hipótese alguma, adepto do catastrofismo, é exatamente nesse ponto crucial que pretendo discorrer neste artigo, chamando a atenção para, talvez, uma das maiores tragédias em termos de saúde pública que a população brasileira tenho sido atingida nos últimos cinquenta anos, se considerarmos o advento da AIDS, a reintrodução da dengue, a malária recorrente enquanto epidemia, a gripe H1N1, a violência urbana e os acidentes de trânsito seus mortos e sequelados, em um país,  cujas autoridades costumam dar de ombros ou negligenciar certos problemas especialmente na área da saúde pública.
Jamais se tinha experimentado no Brasil a introdução tão rápida, avassaladora e comprometedora para o sistema de saúde, para as famílias atingidas, para os cofres públicos e para a imagem do nosso país no exterior, de uma doença cujas sequelas neurológicas nas crianças e emocionais para os pais e familiares, não guardam os mínimos parâmetros com quaisquer outras doenças, posto que essas mesmas famílias, nosso sistema público de saúde, nossas creches e escolas, professores e educadores, governos, estados e municípios, não estão minimamente preparados para as centenas de milhares (já se contabilizam mais de 4.000 casos de microcefalia) de crianças as quais precisarão de assistência especializada e permanente, sem o quê, estaremos diante de um quadro assustador de falta de atendimento público de saúde num sistema já caótico, estrangulado e sem recursos humanos e financeiros a sustentá-lo. Recentemente a ONU, por meio da Organização Mundial da Saúde, convocou uma rodada de discussões com representantes de todos os países que a compõem e, entre outros temas e assuntos tratados emitiu um alerta global onde ficou patente a gravidade de uma pandemia do Zika vírus com a alarmante previsão de mais de 4 milhões de infectados por este vírus nas Américas sendo 1,5 milhões apenas no Brasil. A dengue, que no dizer lamentável do Ministro da Saúde do Brasil está vencendo a guerra, parece não ter ainda despertado a atenção e os cuidados necessários por parte dos governos e dos cidadãos dado os ciclos recorrentes que são superados ano após ano sem que se vislumbre o controle efetivo e permanente sobre o transmissor, a doença que ele causa e os danos à saúde da população, quiçá para a já combalida saúde econômica do nosso país.
Para completar essa quadro dantesco, leio, estupefacto, que o governo federal propõe pagar um salário mínimo por cada criança atingida pela doença, a já denominada Bolsa Microcefalia, como se pouco mais de oitocentos reais fossem restituir a saúde dessas crianças e a paz das famílias.
Aguardemos pelo ataque dos aproveitadores, dos políticos e de outros espertalhões os quais serão bem capazes de fazer “surgir” outras milhares de crianças com microcefalia, para sugar os já minguados cofres públicos como o fazem nas fraudes contra a previdência, contra os bancos oficiais e contra as empresas estatais como estamos assistindo.
Té logo!
 Sds Ronaldo Derzy Amazonas

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