Zé Ricardo: “Deputados que votaram pela entrega do pré-sal são traidores da pátria”

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na última quarta-feira (5), o Projeto de Lei nº 4567/16, do Senado Federal, que desobriga a Petrobras de ser a operadora de todos os blocos de exploração do pré-sal no regime de partilha de produção. Foram 292 votos a favor do projeto, incluindo sete deputados federais pelo Amazonas, e 101 contra. Os deputados precisam votar ainda os destaques apresentados ao texto, que podem, se aprovados, manter a atual obrigação. 

Para o deputado estadual José Ricardo Wendling (PT), essa aprovação flexibilizou a venda do pré-sal para outros países, entregando a multinacionais parte das reservas de petróleo. “Um dia, a população vai entender as consequências dessa decisão. Não teremos mais os royalties do pré-sal para serem investidos na educação e na saúde. Por isso, os políticos que votaram a favor desse projeto, votaram contra os interesses da soberania nacional, são traidores da Pátria e dos interesses do povo brasileiro. Não são apenas golpistas, mas entreguistas, trabalhando contra o País, contra a educação e a saúde”, desabafou o deputado.

José Ricardo é autor da Lei, em conjunto com o então deputado Sidney Leite, que destina 60% dos royalties do petróleo para a educação do Amazonas, exclusivamente, para a remuneração dos professores. “Eles merecem essa valorização”.

Já na saúde, ele se posicionou totalmente contra o fechamento de unidades de saúde proposto pelo governador do Estado, que alegou não ter recursos para manter esses hospitais. No entanto, a Polícia Federal deflagrou recentemente a Operação “Maus Caminhos”, que desbaratou esquema de desvios de recursos públicos do Fun­do Estadual da Saúde, por meio de entidades sociais sem fins lucrativos. “A justificativa do governador era fajuta. Agora, toda a população sabe que sempre teve dinheiro e muito dinheiro, mas eram desviados para empresas com “know-how” duvidoso”, disse ele, afirmando ainda que cada deputado estadual é responsável por esse desvio de recursos, se ficar calado e não assinar a CPI da Assembleia, da qual ele é coautor, juntamente com a deputada Alessandra Campêlo (PMDB), para investigar esse esquema fraudulento na saúde.

E disse mais: “me solidarizo com todos os trabalhadores e trabalhadoras terceirizadas da saúde, que voltaram a protestar pelas ruas da cidade, cobrando o pagamento de salários atrasados, como ainda de vale-transporte e alimentação. Já cobrei do Estado para retirar essas empresas dos hospitais, que só visam lucro e não a qualidade do atendimento à saúde, convocando todos os aprovados no último concurso. Sobraria muito mais dinheiro para manter a saúde pública. Porque o que mais dói são as pessoas que estão morrendo pelo precário atendimento, bem como os servidores sendo prejudicados”, destacou o parlamentar.

 

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