Vereador usado pelo grupo do poder para tentar cassar prefeito deve ir a Júri por matar dirigindo embriagado

Ponta de lança de um esquema que tenta cassar o mandato do prefeito de Presidente Figueiredo, Romeiro Mendonça (PDT), para provocar nova eleição no município, o vereador Jonas Castro (PSB) deve ir a Júri Popular por ter atropelado e matado a fiscal de meio ambiente Clemência Assunção da Silva, de 31 anos, há três anos. A ação foi impetrada na última segunda-feira (8) junto à Vara Criminal do município pela defesa da família.

De acordo com Yury Thury, advogado da mãe da vítima, os trabalhos estão voltados para a condenação do réu. “O assistente da acusação busca, assim como o promotor de justiça, a condenação do acusado. Devido à impunidade do denunciado, a família da vítima assassinada viu a necessidade de contratar um advogado criminalista para acompanhar o trâmite processual”, afirmou Thury.

Ainda conforme a defesa, o próximo passo será marcar uma Audiência de Instrução e Julgamento (AIJ), para que se consiga levar o réu Jonas Castro a júri popular. Atualmente, ele responde pelo crime de lesão corporal grave, considerado hediondo pelo Código de Processo Penal, além de embriaguez ao volante e direção perigosa.

A fiscal de meio ambiente Clemência Assunção da Silva, 31, foi atropelada no dia 31 de maio de 2015, na rodovia AM-240, pelo vereador Jonas Castro. Ela chegou a ser levada ao hospital, mas morreu cinco dias depois. Segundo familiares da vítima, o político dirigia o veículo e estaria bêbado. O incidente ainda deixou a mãe e a filha da vítima feridas.

A trama

Jonas, que lidera um grupo de seis vereadores de oposição, incluindo a presidente da Câmara Municipal, Patrícia Lopes Miranda (MDB), fez recentemente uma série de acusações ao prefeito, alegando que pessoas ligadas a este estariam lhe ameaçando de morte.

Ocorre que Patrícia é sobrinha do deputado Vicente Lopes (MDB), que tem interesse em ser prefeito do município e liderou a comitiva que foi ao vice-governador e secretário de Segurança, Bosco Saraiva (SD) fazer as “denúncias”.

Vicente, por sua vez, é líder da maioria na Assembleia Legislativa e rompeu com o presidente de seu partido, o senador Eduardo Braga, para apoiar o atual governador Amazonino Mendes (PDT), na eleição suplementar do ano passado.

Amazonino é correligionário de Romeiro, mas os dois são adversários políticos há muito tempo. O prefeito é aliado histórico de Braga e já estava no PDT quando o governador aderiu à legenda. Sua saída da Prefeitura interessa ao grupo do poder, principalmente se forem convocadas novas eleições, em que o prefeito não possa concorrer e Vicente seja lançado candidato, com chances reais de vitória.

Romeiro convive com ameaças. O juiz da comarca local cassou seu mandato e remeteu o processo ao Tribunal Regional Eleitoral, que deve inclui-lo na pauta nos próximos dias.

Jonas trabalha para demonizar o prefeito e facilitar a tramitação dos processos, pressionando o TRE para que confirme a cassação. Esta é a missão do líder oposicionista, que já declarou ser Patrícia a presidente formal, mas ele o mandatário real da Câmara Municipal do município.

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