Vale a pena enganar o eleitor?

Por Hiel Levy*

Em 2012, o então prefeito Amazonino Mendes tinha grande rejeição, tanto que não se candidatou à reeleição. Ele não escondeu, entretanto, que apoiava o então candidato Arthur Neto e chegou a ir às ruas pedir votos.

Nesta campanha de 2016, o rejeitado é o governador José Melo, que faz o pior governo da história do Estado. Só que, de forma sorrateira, ele vem se envolvendo na campanha, colocando a máquina estadual a serviço da candidatura do ex-deputado Marcelo Ramos. Nos últimos dias, os cabos eleitorais deste têm se empenhado em confundir a cabeça do eleitor, levantando teorias da conspiração absolutamente falsas, segundo as quais quem receberia o apoio de Melo seria o próprio Arthur, o vice-governador Henrique Oliveira ou qualquer outro que não seja o apoiado.

Marcelo insiste em negar o apoio, no que age covardemente com a população, enganando-a. Vamos aos fatos que comprovam cabalmente o apoio:

1 – O principal aliado de Melo, o senador Omar Aziz, está no palanque de Marcelo;

2 – O PROS, partido comandado pelo governador no Estado, faz parte da coligação de Marcelo, oficialmente;

3 – Secretários como Regina Fernandes (Assistência Social) e Auxiliadora Cavalcante, a Dorinha (Fundo de Ação Social), estão na linha de frente da campanha;

4 – Diretores das unidades de saúde e diretores de escolas foram convocados para reuniões com Marcelo, com a presença de secretários como o de Educação, Algemiro Ferreira, que foi mestre de cerimônia em um desses encontros. Esse tipo de reunião não ocorreria sem a autorização do governador;

5 – Josué Neto, presidente da Assembleia Legislativa e um dos principais defensores de Melo, é o vice de Marcelo;

6 – Nenhum deputado do PR, partido de Marcelo – Sabá Reis e Cabo Maciel -, assinou a proposta de criação da CPI da Saúde, depois da operação “Mau Caminho”, em que a Polícia Federal detectou uma quadrilha que desviou milhões da saúde estadual.

Diante de tamanhas evidências, ainda é necessário que o governador venha a público declarar seu apoio ao candidato? Se ele não vem, é porque há uma estratégia elaborada para enganar a população e evitar que sua rejeição seja projetada no candidato.

Marcelo Ramos concorda com a estratégia e faz a sua parte, negando o apoio. Engana, dessa forma, o eleitor, o que faz pensar: o que fará como prefeito? Se engana agora, enganará depois. Não é confiável. Seria mais honesto se admitisse Melo em seu palanque e estabelecesse o limite da relação, como ocorre com Arthur Neto e Eduardo Braga neste momento.

No debate desta madrugada, Marcelo admitiu Omar e Alfredo em seu palanque e o fez manipulando as palavras: “o Omar do Ronda e o Alfredo do do Médico da Família”, fez questão de ressaltar. Mais uma vez esconde a verdade da população. O Omar do Ronda é o mesmo da delação premiada da Andrade Gutierrez; o Alfredo do Médico da Família é o mesmo demitido do Ministério dos Transportes sob a acusação de corrupção.

Fazer política enganando e omitindo não é honesto.

Pense nisso!

*Hiel Levy é editor do blog, jornalista há 30 anos, formado pela Universidade Federal do Amazonas.

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Este post tem 6 comentários

  1. Lourival

    Hiel não vamos deixar essa quadrilha comandada pelo senador e governador ganhar as eleições de Manaus, se eles ganharem a prefeitura de Manaus vão ficar com as duas máquinas na mão, temos que resistir e é importante você com o seu blog mostrar para a população e seus leitores que essas pesquisas do Ronaldo Tiradentes são tendenciosas, contamos com sua ajuda.Eles com as duas máquinas na mão vão fazer em 2018 o governador.

  2. Fábio Moraes

    Fico admirado é que o seu chefe, tem 4 ou 5 citações em delações premiadas, sendo uma delas a da Andrade Gutiérrez, que você citou…larga a dor de cotovelo e vai tentar reverter o quadro desfavorável para o teu candidato.

    1. Hiel levy

      Bom, Fábio,estou postando o seu comentário desrespeitoso apenas para lhe dizer que Eduardo Braga não é meu chefe e sim meu amigo pessoal. Quanto às delações, ele terá que comprovar que são falsas, assim como o senador Omar Aziz, que você maldosamente não cita, assim como não faz nenhuma referência ao escândalo dos desvios na saúde. Portanto, sua indignação é seletiva e seus interesses muito bem definidos.

  3. Carlos André

    Hiel, vc está com dor de cotovelo, se juntarmos todos esses safados do Estado do Amazonas, não chegam, nem aos teus pés. Por que vc não diz: “roubei dezoito milhões quando fui secretário da SECOM no governo Braga e Omar Aziz. Alias vc foi demitido pelo Omar por roubo.

    1. Hiel levy

      Sabe por que eu permiti esse comentário aqui? Porque ele mostra a covardia e a mentira que as pessoas reproduzem sem se informar. Esse covarde aí é mais um que não bota a cara e usa endereço fake. Então vamos lá: nunca fui secretário do governo Omar Aziz. Saí em 2009, quando o governador ainda era Eduardo Braga. Portanto, Omar não me demitiu. E os R$ 18 milhões são pura invenção de uma cabecinha desmiolada e certamente desesperada com a ideia de perder essa eleição. Vai te informar antes de tentar fazer o mal, ô coisinha ruim.

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