UM OLHAR SOBRE A CRISE

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Quem imaginaria quase um ano atrás que o Brasil mergulharia numa crise política, financeira, social, ética e política de forma horrorosa e vergonhosa como a que estamos assistindo?

Como acreditar que um país próspero, equilibrado financeiramente, oitava economia global, crescendo pouco porém de forma segura, com as instituições políticas funcionando de maneira harmoniosa, fosse abatido em pleno vôo com piloto e tudo?

Quem vaticinaria de forma cabal que mergulharíamos numa grave crise de governabilidade onde o poder executivo federal perde dia após dia o poder de articulação e se vê diante da evaporação e da degeneração dos meios políticos inclusive de propor, encaminhar e dialogar com o Congresso Nacional propostas razoáveis de reforma política, de correção  fiscal e orçamentária que apontem para uma saída segura, retirando o país do atoleiro em que está mergulhado?

Se você é daqueles que repete por aí de forma ufanista que o Brasil é maior do que a crise, faça um exame de consciência e/ou comece a rever seus conceitos sociológicos, econômicos e políticos.
>>>> Não há brasileiro nos quatro cantos do país que esteja alheio ou que não tenha sido alcançado de uma forma ou de outra por esta crise produzida única e exclusivamente pelo governo federal, pelos partidos e pela classe política como um todo. Jogar a culpa numa hipotética crise internacional é brincar com a inteligência da nossa gente!

Ouso afirmar que os partidos brasileiros que lograram êxito eleitoral mais recentemente e tiveram a possibilidade de gerir estados e a nação, jamais estiveram preocupados com o bem estar da população  mas, tão somente com o exercício do poder de forma errática, tradicionalista e patrimonialista em suas essências mais abjetas e distanciadas do foco que é o povo/eleitor e suas necessidades mais prementes.

Faltam grandeza, espírito público e coragem à presidente da república, aos presidentes da Câmara e do Senado federais, posto que se renunciassem, estariam prestando um enorme favor ao Brasil e aos brasileiros, estes desesperançados e os grandes prejudicados  em meio ao caos que não geraram e tampouco lhes pertence.

O que se passa nas cabeças de Dilma, Cunha e Renan que diante de um país paralisado, assistem contemplativamente a degeneração política e financeira do país e não esboçam a menor reação como se atingidos por um estado catatônico mesmo com um dos senadores, líder do governo, flagrado em meio a uma tentativa de obstrução da justiça e preso de forma inédita?

Em que planeta se encontra o ex presidente Lula incapaz de reconhecer o grave momento que o país atravessa e como líder que foi e de certa forma ainda é, nao estende a mão à palmatória e num gesto de grandeza chama os seus liderados às falas ou sinaliza para as demais lideranças para juntos encontrarem uma saída antes que forças mal intencionadas se aproveitam desse momento para propor fórmulas e medidas das quais povo e país querem distância?

Não vejo nesse momento nenhum partido brasileiro com condições éticas e morais ou preparado suficientemente para propor alternativas e saídas para essa crise tendo em vista que suas principais lideranças ou caciques,ainda não citados ou denunciados, vêem-se irremediavelmente diante da iminência de serem os próximos a serem pegos   numa ou noutra prática de corrupção que nós brasileiros e brasileiras aprendemos ainda que de certa forma tímida, a repudiar e condenar.

Tenho medo do enfraquecimento e das tentativas de certos agentes públicos em cercear ou envolver o Ministério Público Federal ou o Supremo Tribunal Federal em suas tramoias e, tenho pavor, que certos membros da mais alta corte judicial do país sucumbam ao canto das sereias errantes deixando o país mais órfão ainda, da proteção dos fiscais da lei e do estado juiz. Aí caberia a célebre frase: Válha-nos quem?

Não sou e nem tenho pretensão de ser catastrofista porém, minha rasa leitura da atualidade política e financeira brasileiras permitem-me apontar para um horizonte sombrio, sem perspectivas a curto e médio prazos se os agentes políticos detentores dos cargos mais importantes do poder não se desapegarem das suas vaidades e não tiverem a coragem suficiente a um sacrifício pessoal em prol de um povo e de um país agonizante.

Rogo a Deus, iluminar esses homens e mulheres públicas a calçarem as sandálias da humildade salvando o Brasil de um mal maior, se é que existe mal maior que o atual. Té logo!

PS. Este artigo estava pronto desde domingo último portanto, bem antes da decisão adotada pelo presidente da Câmara Federal de acolher um dos pedidos de impiechment contra a presidente do país.

O que cabe nesse momento é tão somente o PT e a chefa da nação de, ao invés de encontrarem culpados por esse momento, reunirem provas e documentos para a apresentação da defesa diante do parlamento. O deputado Cunha cumpriu tão somente uma  primeira e a única etapa que lhe cabia no ritual do impiechment que é definitivamente um processo político e, é do jogo político igualmente, que quem tem a maioria, independentemente dos posicionamentos a favor ou contra, arregimentarem suas forças para o embate na defesa de ideias, de argumentos e de princípios. O povo brasileiro aguardará ansioso e vigilante o desfecho e que este, seja o melhor para o país.

Sds Ronaldo Derzy Amazonas

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