Um grito de revolta

Por Dauro Braga*

Matéria jornalística exposta em 13 do corrente no jornal local da TV Amazonas mostra a situação crítica e de abandono total em que se encontra a BR 319, estrada que liga Manaus a Porto Velho no estado de Rondônia e que foi construída e inaugurada pelo governo militar em 1976 no tempo em que alguns dizem que faltava liberdade, mas eu asseguro que sobrava emprego, ordem e progresso no solo pátrio. No meu entender, faltava liberdade sim, para roubar recursos públicos, fazer baderna, invadir propriedades privadas e destruir prédios públicos.

A importância dessa estrada como fator de integração nacional e de desenvolvimento econômico para a nossa região é de tamanha relevância que qualquer discurso fajuta de histéricos ambientalistas não consegue se sobrepor a força dessa realidade patente. Discutir impacto ambiental de uma obra concluída há quase meio século, é querer subestimar a inteligência de nosso povo. Ora, se impacto ambiental houve, já são favas contadas ou já foi mitigado de acordo com as exigências legais. O que há de mais relevante nesse momento é o interesse soberano da coletividade, da economia regional e os benefícios que o Amazonas e sua gente passarão a usufruir a partir da sua recuperação.

É oportuno lembrar aos amazônidas os obstáculos colocados pela Sra. Marina Silva quando Ministra do Meio Ambiente com a finalidade de evitar a revitalização da estrada. É oportuno lembrar que, durante o seu reinado, tiiemos todas as condições políticas e administrativas favoráveis a este pleito, pois contávamos com o Senador amazonense Alfredo Nascimento no comando do Ministério dos Transportes, e do amazonense Dr. Marcos Barros como Presidente do IBAMA, porém, sofremos a interferência inoportuna e criminosa dessa senhora, cuja visão vesga consegue ver mais importância na vida de uma árvore ou de um jacaré do que na vida de um caboclo interiorano que habita em condições sub- humanas os locais mais inóspitos desse país. Ciente da importância da recuperação dessa estrada lembramos que a hora é mais do que oportuna para o Amazonas cobrar daqueles que têm pretensão a cargo público o porquê de sua inoperância na defesa de nossos interesses e o compromisso no resgate dessa dívida.

Conclamo aos nossos conterrâneos o repúdio a injusta pecha de destruidores do meio ambiente que nos foi imputada, os dados estatísticos estão aí para se contraporem à essas falsas acusações: até hoje mantemos mais de 95% das nossas reservas florestais preservadas, e por força de um modelo de desenvolvimento sério, exitoso e não poluidor, recolhemos mais de 50% dos impostos federais pertinentes a toda a Amazônia legal; oferecemos mais de oitenta mil empregos diretos num país que conta hoje com treze milhões de desempregados, e, participamos efetivamente na balança de exportações, tendo alcançado no ano de 2017 um superávit de oitenta e seis milhões de dólares.

Num país onde o barco do desenvolvimento navega em mares revoltosos e com ventos de proa, incomoda e causa inveja aos incompetentes assistirem o passar do barco da SUFRAMA navegando em águas tranquilas, transportando em seu bojo o formidável espetáculo do desenvolvimento conseguido a duras penas. Cabe-nos a missão de esclarecer aos brasileiros que mal conhecem o Brasil que esse modelo de desenvolvimento presenteado ao Amazonas pelos governos militares, é parte do tributo que a nação e grande parte da humanidade nos deve por eliminarmos o gás carbônico emitido pelas chaminés das indústrias poluidoras instaladas nas grandes metrópoles. Há mais de um século passado, o ilustre brasileiro Almirante Barroso disse a célebre frase que hoje repito, “O Brasil espera que cada um cumpra com seu dever”. Entendam, somos os guardiões desse imenso patrimônio biogenético da humanidade, nada mais justo que nos paguem regiamente o nosso trabalho. Temos cumprido fielmente nossa missão mantendo intacto todo esse patrimônio, esperamos tão somente que nos compreendam e nos deixem trabalhar em paz.

O autor é empresário (daurofbraga@hotmail.com)