TEIMOSIA OLÍMPICA

ronaldo

Parece que não foram suficientes os tristes e recentes exemplos de derrocada econômica e por vezes social, dos países que sediaram competições mundias tais como copas do mundo e Olimpíadas, especialmente aqueles cujas economias ditas em desenvolvimento ou emergentes.

Quem não se lembra da grave crise econômica e social em que se atolaram a Espanha, a Grécia, a Rússia e a África do Sul depois que sediaram referidas competições?

A denominada Zona do Euro quase afunda em profunda recessão por conta do descontrole econômico protagonizado pela Grécia levando junto para o fundo do poço economias de maior envergadura como Portugal, Itália, Espanha os quais tiveram que ser socorridos por economias mais pujantes e estáveis como Alemanha e França e Inglaterra por meio vultuosos empréstimos ou dilatação de prazos de pagamentos ou até mesmo perdão de dívidas.

Não quero circunscrever aqui como causa principal dos desajustes econômicos e financeiros desses países, o fato de terem aceito, organizado e sediado competições internacionais dessas envergaduras. O que se deve constatar e enfatizar, é que logo após a realização desses eventos, esses países entraram numa vertiginosa queda nos índices econômicos e sociais por terem assumido compromissos financeiros internos e internacionais impagáveis cujos custos sociais até hoje a população paga o preço.

E onde quero chegar ao lembrar desses lamentáveis episódios?

É que tudo isso me faz voltar alguns anos atrás ao recordar-me muito bem quase como um filme, da radiante euforia demonstrada pela delegação brasileira chefiada por Lula et caterva, durante os sorteios e anúncios da “feliz escolha” do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas 2016. Quanta lambança! Quanta irresponsabilidade!

Um país que mal saía de uma grave crise econômica e de confiança internacional dos credores em 2008/2009, assistia um ato de lesa pátria encampado por nossos governantes apenas pelo desejo ufanista, pela vontade da rede Globo e pela ambição política de se sustentar no poder por mais anos, sem medir as graves consequências que adviriam depois, com a gastança desenfreada para a consumação desse desejo quase obsessão, de realizarem aqui as referidas competições.

As dezenas de bilhões de reais jogadas fora na preparação do Brasil para essas famigeradas competições fazem e continuarão a fazer muita falta no investimento em políticas públicas na educação, saneamento básico, infraestrutura, saúde, combate à miséria e à fome, entre outras prioridades, sem olvidarmos de que grande parte da corrupção levantada pela operação lava a jato está indelevelmente atrelada às empreiteiras, agentes públicos e empresários ligados às obras que giram em torno da Copa 2014 e Olimpíadas 2016.

E os alardeados legados que a Copa do Mundo e as Olimpíadas deixariam para as cidades sede? Uma piada, quase um escárnio! A não ser que esteja se falando em mais corrupção e menos saúde e educação; mais dívida pública e menos remédios e leitos hospitalares; mais ânsia política para se manter no poder e menos infraestrutura nas estradas e vicinais para escoamento da produção agrícola e mais fome e pobreza reinantes.

Os elefantes brancos da Copa do Mundo estão espalhados pelas cidades sede, endividadas até a alma e, os monstrengos das megas estruturas erigidas para abrigarem as competições no Rio de Janeiro, haverão de se transformar num fracasso olímpico tão logo as competições se encerrem com invasões dos apartamentos, com depredação dos espaços e com uma rotunda dívida para um estado e uma cidade que afunda dia após dia com salários dos servidores atrasados, crise monumental na saúde, violência descambando para o incontrolável, tudo pela ambição dos políticos e governantes irresponsáveis de plantão.

Ao contrário do que diz a propaganda daquele cartão de crédito, isso tem um preço!

Té logo!

Sds Ronaldo Derzy Amazonas

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