Sua excelência o eleitor

De cada dez brasileiros quase metade estão aptos a exercer o direito do voto.

Caçado, bajulado e paparicado de dois em dois anos, o eleitor brasileiro é um sujeito quase que esquecido no permeio de eleição e outra.
Tenho claro que se o voto no Brasil fosse apenas um direito e não uma obrigação, a julgarmos pela completa decepção com a classe política, o índice de abstenção seria uma verdadeira tragédia para a nossa tenra democracia. Vide os dados de abstenção nos últimos pleitos.
Atravessamos momentos de águas turvas e revoltas quando o assunto é o processo político  eleitoral que se avizinha.
A resistente e persistente polarização política no nosso país teima em não ceder espaços para outras vias ou opções eleitorais.
A intromissão desmedida e inaceitável da justiça no processo eleitoral acirra os ânimos e coloca mais lenha nessa fogueira de vaidades e de absurdos que se comete em nome de um tal de atos antidemocráticos que não se consegue provar o que é ou onde está escrito no ordenamento jurídico.
No Brasil atual, os protagonistas do processo político eleitoral são um ex presidiário, centenas de condenados pela justiça, gente que roubou e desviou recursos públicos, condenados em diversas instâncias mas sem processo não transitado em julgado, gestores com contas reprovadas, assediadores morais e sexuais, pedófilos, entre outros.
Tudo isso somado mais que afasta e desencoraja o eleitor brasileiro a sufragar seu voto.
Diante dessa árvore frondosa de desvios e desmandos, é que sua excelência o eleitor brasileiro, tem que fazer um verdadeiro tuturibintetê, tique-taque tambarola, teve dentro, teve fora, para fazer sua escolha quase aleatória ou por eliminação, e votar no menos pior porque está cada vez mais difícil acertar.
Somos vítimas de um sistema político e eleitoral sofrível, complexo, anacrônico, envelhecido, desmoralizado, corrupto e corrompido.
Quem poderia alterar esse sistema eleitoral não tem a menor sensibilidade e preocupação porque o que aí está favorece o continuísmo e a mesmice política, perpetuando um esquema onde o que menos interessa é o país e sua gente.
Que há gente de bem no meio político há! Que há eleitor brasileiro consciente também!
O que nos falta tão somente é a junção da fome com a vontade de comer ou seja, tomarmos posse do que está em nossas mãos que é o voto, e partirmos para a decisão do que sabemos que é o melhor caminho.
Falta-nos apenas mais espírito de patriotismo. Carecemos de formação moral e política a nos guiar nas escolhas mais acertadas. Necessitamos assumir o controle como senhores do tempo atual e futuro, a fim de vislumbrarmos horizontes mais alvissareiros para as novas gerações.
Nós sim, eleitores, somos de fato as excelências desse processo.
O que não podemos é dividirmos o que é unicamente da nossa competência e responsabilidade com quem depende de cada um de nós para se sustentar no poder e dirigir os destinos da nação.
Escolhamos bem e sejamos milhões. Votemos melhor e sejamos fortes. Decidamos mudar e sejamos imbatíveis.
Somente agindo assim poderemos de fato sonhar com um país livre, democrático e soberano.
O voto é a arma mais poderosa que temos.
Té logo!