Serafim joga luz sobre a atuação suspeita do “rei do gás” do Amazonas, o baiano Carlos Suarez

O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) fez um alerta, na manhã desta quinta-feira (26), à diretoria da Cigás sobre a possibilidade de investimentos, em 60%, em leilão de térmicas a gás no Amapá. Lá, ainda não há vigência da nova Lei do Gás, que disciplina o serviço de distribuição e comercialização do insumo no Estado.

“O Amazonas tem as maiores reservas de gás em terra firme, mas esse gás ainda não entrou na economia do Amazonas. E não entrou exatamente porque houve uma operação mal feita no século passado, que colocou nas mãos do empresário da Bahia, Carlos Suarez, a Cigás. Ele tem 83% da Cigás. E, com as regras, até então vigentes, a Cigás, praticamente, não podia fazer nada”, disse o deputado durante sessão na ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas).

O líder do PSB na Casa Legislativa lembrou que a nova Lei do Gás, de iniciativa da ALE-AM, aprovada em março de 2021, contraria os interesses do empresário baiano. “O senhor Carlos Suarez é muito esperto”.

“Recentemente, o Jornal Estado de S. Paulo, divulgou o ‘centrãoduto’. É que no projeto de lei, que autorizou a privatização da Petrobras, foi incluído um artigo, obrigando a quem comprar, gastar R$ 100 bilhões em investimentos de gasoduto na Região Norte, exatamente onde estão as reservas que são controladas pela empresa estadual de gás de Suarez”, pontuou.

Serafim explicou que a Cigás é uma dessas empresas, mas com a nova Lei do Gás, no Amazonas, o empresário ficou, de certa forma, prejudicado em suas atividades e, através da Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado), pode prejudicar o mercado de gás no Estado.

“A Abegás sugeriu ao Ministério de Minas de Energia que no próximo leilão de térmicas a gás colocar 60% no Amapá, sabe por quê? Porque no Amapá ainda não tem a nova Lei do Gás. Interessante é que a justificativa foi a “alteração objetiva de reduzir a interrupção de energia, como aconteceu, recentemente, com apagões e a segurança do sistema”. Mas o que aconteceu no Amapá não foi falta de geração, foi problema de distribuição, o que é completamente diferente.  O que ele quer é desviar para lá, porque lá ele tem o controle total e aqui, onde nós temos as maiores reservas de gás, temos a possibilidade de novas térmicas. Ele não quer aqui, porque pelas novas regras ele perdeu o controle que tinha”, alertou o parlamentar fazendo menção ao diretor-presidente da Cigás, René Levy Aguiar.

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