“Se a Amazônia fosse alemã, teria muito mais atenção”, diz Arthur

“É uma questão de o Brasil abrir os olhos para sua região mais estratégica. Imagine se nós fôssemos a Alemanha, que tipo e intensidade de atenção estaríamos dando à Amazônia alemã?”, indagou o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, ao público presente no painel de debates sobre a importância da Zona Franca de Manaus para o desenvolvimento do País, ocorrido na última quinta-feira, 12/4, em Brasília.Arthur reforçou seu discurso de que é a Zona Franca que sustenta a maior parte da Amazônia brasileira, referindo-se à área que está dentro do território amazonense, e que o Brasil deve ter um olhar macro sobre a Amazônia, entendendo que a região é uma grande oportunidade de crescimento sustentável e econômico para o país.

“Imagine, por exemplo, o fim da Zona Franca. Se não se fizer a reforma a que me refiro, a Amazônia começará a fenecer. A população do Amazonas investirá sobre a floresta. A floresta mexerá com o ritmo dos rios e isso significará uma crise ecológica grande, com reflexos diplomáticos e quem sabe até contenções e tensões militares. O Brasil precisa acordar para isso”, alertou Arthur Virgílio.

Ainda durante o evento, foi apresentado um estudo inédito, realizado por nove pesquisadores da Fundação Getulio Vargas (FGV), para entender os impactos reais da Zona Franca para o Amazonas e ao Brasil. Segundo o professor da Fundação Getulio Vargas e economista Márcio Holland, o trabalho mostra uma evolução muito relevante da renda per capita do Amazonas em relação aos outros Estados do Brasil, além do efeito da arrecadação tributária.

“Temos condições de ter novos polos econômicos no Amazonas, como fármaco, cosmético, bioquímico, biológicos, turismo, entre muitos outros. Acho que se tivéssemos um Estado como esse em um país desenvolvido, muito provavelmente teríamos uma receita com turismo muito maior do que se tem no Amazonas, além da receita com outros polos econômicos, e estamos desperdiçando esses recursos”, disse Holland, corroborando com o exemplo citado pelo prefeito.

O encontro em Brasília foi uma realização da Academia Brasileira de Direito Tributário e do jornal Correio Braziliense, ocorrido no auditório do edifício sede do Tribunal de Contas da União (TCU). Ainda em sua fala, Arthur fez questão de retomar que a Zona Franca de Manaus tem mantido a função de proporcionar benesses para todo o país.

“Ou o Brasil abre os olhos, de verdade, para a importância da Amazônia, para a importância da Zona Franca – a Amazônia que todo mundo ama e a Zona Franca que quase todo mundo odeia – que sustenta a floresta em pé, ou com o fim da floresta acabariam as nuvens que levam as chuvas pelo Sudeste, passam pelo Sul e chegam à Argentina”, finalizou o prefeito de Manaus.

Foto: Mário Oliveira 

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Este post tem um comentário

  1. NEY M CARDOSO

    Se Manaus fosse Alemanha com certeza teríamos uma cidade mais limpa, ruas e avenidas com asfalto de qualidade, sinalização refletiva, semáforos inteligentes, ônibus novos, confortáveis, limpos e com ar condicionado, paradas de ônibus com iluminação e proteção da chuva e sol, serviços públicos de qualidade, educação e saúde com qualidade. Em resumo: OS MANAUARAS SERIAM TRATADOS COMO CIDADÃO. Infelizmente Manaus não é Alemanha e por isto temos que viver a realidade aonde temos uma cidade abandonada pelo poder público municipal. É muito fácil fazer mimimi e não apresentar resultados dos quase 7 anos de administração.

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