O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, conheceu agora há pouco a usina de asfalto Ardo Construtora e Pavimentação LTDA, na rodovia AM-010. A visita técnica foi marcada pelo vice-prefeito e secretário municipal de Infraestrutura (Seminf), Marcos Rotta, para acompanhar de perto a fabricação do asfalto aplicado nas ruas de Manaus.
Segundo o prefeito, a medida faz parte das metas administrativas da secretaria de obras. “Aqui conferimos a qualidade do asfalto utilizado em nossas ações, que passa por um longo processo, atestado por laboratório. Vamos, ainda, em outras fábricas para mostrar que buscamos um trabalho de qualidade desde a produção do material utilizado por nós trabalhadores”, afirmou Arthur Virgílio.
Ainda segundo o chefe do Executivo Municipal, o mesmo asfalto de qualidade utilizado nos recapeamentos também é empregado na operação tapa-buracos. “É como se fosse um mini recapeamento, com bruta e pedra rachão. Pode até abrir um novo buraco, do outro lado, do lado dele, mas não onde falamos, porque fizemos com todo cuidado”, defendeu.
A massa asfáltica aplicada nas vias de Manaus é o Concreto Betuminoso Usinado à Quente (CBUQ) e a Areia Asfáltica Usinada a Quente (AAUQ), que possuem ligante derivado do petróleo. Para produzi-lo, a empresa atende uma série de requisitos e normas técnicas do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), que garantem a qualidade e manutenção das suas propriedades.
“Precisamos desmistificar que o asfalto aplicado nas vias da cidade tem qualidade duvidosa. Esse é um passo importante para nossa gestão. Estou aqui para acompanhar e entender mais claramente como é a usinagem, armazenagem, transporte, até a chegada nas ruas da nossa cidade. Quero que os motoristas e a população em geral tenham a certeza que o produto tem procedências de qualidade”, garantiu Rotta.
O engenheiro-chefe da empresa fornecedora do produto para Prefeitura de Manaus, Alexandre Evangelista, explicou que o asfalto é fabricado em usina específica de agregados de vários tamanhos e cimento asfáltico, ambos aquecidos em temperaturas previamente escolhidas, em função da característica do solo.
Segundo o corpo técnico de engenheiros da Seminf, a base da cidade de Manaus é muito ruim. O CBR que é o índice de suporte da base é muito baixo. Há áreas que chegam a 18, enquanto que o mínimo desejado é 60. Isso quer dizer que, mesmo com um excelente tapa-buraco, sempre há a possibilidade de abrir buraco na região em que foi feito o serviço.
O esforço da secretaria está em reforçar a base com várias técnicas que incluem a aplicação da pedra rachão, brita, BGS, Solo-cimento, entre outras técnicas de estabilização de base, seguindo a nomenclatura técnica sobre o assunto.
Outro ponto considerado bastante negativo pela equipe técnica é a ausência de drenagem profunda em grande parte da malha viária da capital. E é nesse déficit que a gestão do prefeito Arthur Neto vem trabalhando arduamente para melhorar, por isso é prioridade ampliar a rede de tubulação, para entregar para uma cidade melhor.
Pavimentação asfáltica
O secretário Marcos Rotta garante que o problema em hipótese alguma é a procedência da massa asfáltica, e sim decorrente de uma série de fatores feitos de maneira inadequada durante muitos anos. A pavimentação é formada por quatro camadas principais: revestimento de base asfáltica, base, sub-base e reforço do subleito.
“Dependendo da intensidade e do tipo de tráfego, do solo existente e da vida útil do projeto, o revestimento pode ser composto por uma camada de rolamento e camadas intermediárias ou de ligação. Mas nos casos mais comuns, utiliza-se uma única camada de mistura asfáltica como revestimento. Para que tenhamos futuramente menos problemas, a implantação das drenagens profundas e superficiais são as principais bases para uma melhor malha viária”, explicou Rotta.
Outros fatores
* Ausência de sarjeta e meio-fio. Essa ausência não permite que as águas cheguem às raras redes de drenagem, causando crateras nas laterais das ruas, sobretudo nas ruas das áreas periféricas.
* Obstrução nas ruas onde há sarjetas. É muito comum encontrar rampas em ruas, que as pessoas constroem para os carros entrarem em suas residências. Essas construções são irregulares e desviam a água da sarjeta para o meio da rua, favorecendo a infiltração e posterior fragilização da base, resultando em buracos.
*Desrespeito ao PBT (Peso Bruto de Tonelada por eixo). Os veículos de carga desrespeitam com altíssima frequência o PBT permitido. Isso ocasiona sobrepeso e aumento de esforço sobre o pavimento. Diminuindo o tempo de vida útil do pavimento, favorecendo o surgimento de buracos.
* O aumento da frota de veículos em Manaus. Uma cidade que emplaca 4.000 carros todos os meses. Dando uma média de 48.000 veículos/ano, 480.000 veículos em 10 anos. Todos esses veículos transitam pelas ruas da cidade, aumentando o sobrepeso e os esforços sobre o pavimento.
*O crescimento desordenado da cidade, sem planejamento e à base de centenas de invasões em áreas periféricas, obrigou o poder público a levar infraestrutura básica a essas áreas. Porém, não havia preocupação com a drenagem e a terraplanagem. Situação que funciona no curto prazo, mas ao longo dos anos surgem fatalmente os buracos. E isso é a realidade de quase todos os bairros periféricos da cidade.
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