Reunião para definir as prévias do PSOL termina em confusão no Salão dos Espelhos do Rio Negro (veja vídeo)

Um grande tumulto ocorreu no último sábado (2), quando filiados do PSOL-AM debatiam a forma de escolha do candidato do partido a governador do Amazonas. No momento em que a militante Victoria Nogueira tentava defender o lançamento do nome da advogada Natália Demes, o grupo que as acompanha protestou dizendo que o microfone havia sido desligado e teve início um bate-boca, com acusações de agressão de lado a lado. Vários vídeos circularam nas redes sociais e aplicativos de conversas mostrando as cenas, ocorridas no tradicional salão dos espelhos do Atlético Rio Negro Clube. Outros dois pesolistas que reivindicam a condição de candidatos a governador, o advogado Marcelo Amil e o funcionário público Herbet Amazonas, divulgaram nota conjunta lamentando o episódio.

Os dois outros pré-candidatos e a presidente regional do partido, Rosilane Guimarães de Almeida, acusam um grupo de treze filiados de ter provocado a confusão, depois que descobriram que Demes, apoiada por eles, é filiada ao Diretório do PSOL no Paraná e não no Amazonas, o que inviabilizaria sua candidatura.   “São filiados que se acham donos do partido”, diz nota conjunta de Amil e Amazonas.

“A reunião transcorria normalmente até que os apoiadores da pré-candidata Natália Demes descobriram que ela não é filiada ao PSOL Amazonas, sendo portanto inelegível no estado, e assumiram uma postura de agressividade que culminou em atos de selvageria. É inadmissível que no PSOL, um partido com história e tradição democrática, um grupo de treze filiados tente impor sua vontade sem ouvir ninguém da militância que constrói o partido. São mentirosos aqueles que dizem defender a voz do povo na sociedade mas internamente tentam suprimir a voz dos filiados da base”, prosseguem.

Nogueira, Demes e a filiada Fernanda Fernandes, que aparece nas imagens empurrando outro filiado, foram às redes sociais dizer que sofreram violência política. A última chegou a se dizer agredida fisicamente, o que as imagens não mostram.

Veja nota da presidência regional:

“NOTA DA PRESIDÊNCIA SOBRE O FATO

Em 24/06 recebi da direção nacional a seguinte determinação que transcrevo ipsi literi:

Que a polêmica sobre o método de decisão da tática eleitoral, seja via prévias ou conferência eleitoral, seja decidido após debate amplo e no caso de impasse, deliberado por votação com maioria simples, no orgão máximo decisório do estado que é seu Diretório Estadual, e seja respeitada sua autonomia. Que esta reunião ocorra em até sete dias, tendo em vista que o prazo das decisões eleitorais está se encerrando.

Que qualquer outro processo decisório sobre a tática eleitoral que não seja apreciada e aferida pelo Diretório Estadual do PSOL Amazonas não tem validade.

Em atenção à resolução acima publiquei na data de 27/06 edital convocando a militância do PSOL para o debate amplo determinado.

Antes do início do debate um grupo de treze filiados apoiadores da pré-candidatura da advogada Natália Demes descobriu que ela não é filiada ao PSOL Amazonas, e mudou radicalmente de postura, assumindo atos de tumulto e agressividade visando impedir o debate determinado pela executiva nacional, o que culminou em episódios lamentáveis onde vimos uma filiada simulando ter sido agredida, (agressão desmentida por imagens), vimos um filiado agredindo com um soco um idoso de 62 anos, vimos um filiado jogando uma cadeira que atingiu uma filiada negra, mulher, soropositiva.

Este mesmo grupo que no sábado tentou impedir o cumprimento da deliberação da executiva nacional foi o grupo que em maio realizou uma reunião ilegal usurpando o estatuto do partido, e teve suas ações suspensas por decisão judicial que inclusive impôs multa caso praticassem novamente.

Este mesmo grupo é responsável por um rombo financeiro de R$ 34.000,00 que até hoje inviabiliza as finanças do partido.

Este mesmo grupo sabotou o partido em 2020 apresentando apenas cinco candidaturas fazendo com que o PSOL, mesmo tendo a 5ª candidatura mais votada no pleito, não elegesse ninguém.

Quando assumi a presidência do PSOL mudei-me de Itacoatiara pra Manaus pra poder conduzir o partido adequadamente. Desde então enfrento sabotagens por racismo e machismo. Ao contrário deles, não possuo formação acadêmica. Sou agricultora, tenho mais de trinta anos de luta nos movimentos sociais e não admitirei que filiados se coloquem em posição de superioridade a mim porque possuem esta formação acadêmica que o partido luta que todos possam vir a ter.

Estas atitudes ofendem o que está escrito em nosso estatuto e ofendem os valores pelos quais o PSOL luta. Não tolerarei esses absurdos. Orientei os filiados agredidos que me procuraram a tomarem as medidas jurídicas cabíveis.

O debate amplo será defendido até as últimas consequências pois essa foi a determinação nacional e era o anseio da esmagadora maioria dos filiados presentes e dos diretórios de Tefé e Itacoatiara, que enviaram suas declarações em favor das prévias.

Reportarei os fatos à direção nacional, apontando os responsáveis e reafirmando o encaminhamento de que os rumos do PSOL Amazonas serão decididos em conformidade com os direcionamentos estatutários e com base em nossos princípios democráticos.

Rosilane Guimarães de Almeida

Presidenta do PSOL/AM”

Veja o momento da confusão:

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