Remédio sim, baseado não!

Por Ronaldo Derzy Amazonas*

De longe a maconha é a droga ilícita mais antiga e polêmica.

Data de mais de 27.000 anos a.C os primeiros registros da sua existência e, no médio oriente e na Índia seja em rituais religiosos ou como remédio para uma série de doenças intestinais, como analgésico e até contra a malária, era largamente utilizado.

Com mais de quinhentos componentes em sua grande maioria nocivos ao organismo humano, a Cannabis sativa vulgarmente conhecida como maconha  carrega, entretanto, duas substâncias que são as mais conhecidas e utilizadas: uma, denominada canabidiol ou CBD, de cunho eminentemente terapêutico cada vez mais empregado na medicina para uma série de enfermidades com farta comprovação dos seus efeitos benéficos especialmente na área da neuropsiquiatria como anticonvulsivante, na esquizofrenia, Parkinson, Alzheimer e até autismo, sem nenhum efeito viciante ou alucinógeno. Ainda haveremos de ouvir muitos avanços da aplicação benéfica dessa substância nos seres humanos; a outra, cujo nome químico é o tetrahidrocanabinol ou simplesmente THC, é o componente responsável pelos deletérios efeitos tóxicos no homem especialmente no sistema nervoso central tais como: alterações na capacidade de pensamento e raciocínio, deficiências em mecanismos da memória, alterações da aprendizagem, efeitos sobre a coordenação motora, surtos psicóticos e diversos tipos de câncer pulmonar, de laringe e testículos por conta da ingestão de fumaça tal qual o cigarro comum.

Mas, esse meu artigo não se presta apenas em explicar técnica e cientificamente o que é bom ou é ruim na Cannabis. Não é esse o meu objetivo.

O que de fato quero expor aos meus fiéis leitores e me daria plenamente por satisfeito se fosse entendido, está relacionado ao fato de que há muita gente e determinada corrente do pensamento dominante no meio intelectual, artístico e até científico que, de forma sacana, misturando alhos com bugalhos, perpassa a infeliz ideia e a informação criminosa de que a maconha faz bem e que tem poder de tratar e curar certas doenças. Aí, os incautos, os noiados e aproveitadores de plantão, saem por aí disseminando a onda de que a maconha precisa ser descriminalizada e até liberada. Até um ex presidente da república defende tal despautério!

Vão procurar o que fazer, seus imbecís e idiotas! Vão estudar mais e se informar melhor para não sair por aí doutrinando especialmente os jovens alvos fáceis e mais frágeis nessa cadeia de insensatez!

Maconha é droga ilícita e seu consumo ou porte não só tem implicações legais claras no ordenamento jurídico de vários países como faz muito mal à saúde de quem a consome e dos que estão no seu entorno quer socialmente, quer em termos de saúde como fumantes passivos.

Canabidiol é substância benéfica da Cannabis sativa que cura e trás benefícios à saúde. O tetrahidrocanabinol é a porção maléfica da maconha que causa dependência, destrói o organismo e corrói o núcleo familiar e o tecido social.

Um é remédio, o outro é veneno. Pense nisso!

Té logo!

*O autor é farmacêutico bioquímico e diretor-presidente da Fundação Hospital Alfredo da Matta