Quem atira a primeira pedra?

Por Edilson Martins*

Insustentável suportar a apologia da tortura feita pelo ex-tenente Bolsonaro.

Reformado, ascendeu a capitão.

Entre outras aberrações que ele defende, embora agora cada vez mais se apresente com pele de cordeiro.

Defender ditadura, com tudo o que tem de bárbaro, estúpido, antidemocrático e covarde?

E, no entanto, Lula, PT, PC do B e seus genéricos padecem de autoridade moral para apontar o dedo.

A esquerda e o lulopetismo, em seus 13 anos de poder, defenderam, e até patrocinaram, governos como: Maduro na Venezuela; Teodoro Nguema, Guiné Esquatorial, 39 anos no poder; Eduardo dos Santos, até 2017, em Angola.

Há ainda Robert Mugabe, Zimbábue; Denis Nguesse, Congo, o mais miserável país africano; Ali Bongo, Gabão; Ortega, na Nicarágua; King Jong Um, Coreia do Norte.

Para não falar de Cuba, que o PT tem como Norte.

Ditadura de meio século, que gerou exílio em massa, até hoje prende os que tentam fugir, e assassinou, já vitoriosa, milhares de seus opositores.

Há, no lulopetismo, as viúvas de Stálin, que choram e celebram, saudosamente, os anos de ouro da União Soviética.

Jari Bolsonaro nos aponta tempos de trevas?

Certamente, já que o seu discurso é de uma pessoa oriunda da ideologia de quartel, onde o outro é o inimigo, e em sendo preciso, precisa ser eliminado.

Bolsonaro não acena com nenhum céu de brigadeiro.

Por outro lado, Lula, PT e seus partidos genéricos padecem de legitimidade para demonizar o ex-tenente e seus seguidores, pela omissão e mesmo defesa de países que matam e torturam.

O PT tornou-se um partido fundamentalista, que hoje evoluiu para o fanatismo.

Nenhuma ideologia, nenhuma religião e nenhum tratado ideológico até hoje tornaram possível a existência pacífica do homem na Terra.

Estamos condenados, assim como todas as outras espécies, a viver em permanentes conflitos e guerras, lutando pela sobrevivência física, lutando pela reprodução.

O que Marx chama, talvez erroneamente, de luta de classes.

Não são apenas as classes que se digladiam.

Os homens, individualmente, não conseguem viver sem conflitos.

*O autor é jornalista e marqueteiro