Quadrilha era especializada em transportar drogas para todo país

Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), por meio da Secretaria Executiva-Adjunta de Inteligência (Seai), Polícia Civil, Polícia Militar e Secretaria Executiva-Adjunta de Operações (Seaop), apresentou na manhã desta quinta-feira (05/04) resultado da Operação Banzeiro, que desarticulou uma quadrilha especializada no transporte de drogas de Tabatinga (a 1.108 quilômetros de Manaus) para a capital e outros Estados do Brasil. Treze pessoas foram presas em diversas zonas de Manaus, sendo duas delas em presídios, e um armamento de guerra utilizado para abater aviões foi apreendido. O montante de R$ 2,2 milhões em bens e dinheiro depositados em contas foi bloqueado. 

O vice-governador e secretário de segurança, Bosco Saraiva, ressaltou que a ação desenvolveu um amplo trabalho de investigação da Seai com os demais organismos de repressão e de combate ao crime organizado. Segundo Saraiva, a operação continua porque ainda há pessoas que estão sendo investigadas. Além das 13 prisões, outras 11 pessoas foram conduzidas para prestar depoimentos ao longo da quarta-feira, quando a Operação foi desencadeada. 

“Os resultados são animadores, fruto da investigação e do planejamento para a execução das prisões que foram feitas com muito sucesso. A inteligência trabalhou durante alguns meses nesse formato que vem desde Tabatinga até a cidade de Manaus. Há estrangeiros que estão sendo investigados e que atuam especialmente no percurso do rio Solimões”, disse o titular da SSP. Todos os presos são de nacionalidade brasileira. 

Entre as prisões, uma foi cumprida no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), e outra no Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), ambos situados no quilômetro 8 da rodovia BR-174 (Manaus–Boa Vista). O resultado da operação foi apresentado na Delegacia Geral da Polícia Civil, localizada na Avenida Pedro Teixeira, 180, Dom Pedro, zona oeste da capital. A operação ‘Banzeiro’ tem o objetivo de impedir a continuidade da atuação dessa organização criminosa nos rios amazônicos. 

Armas e veículos – Durante a ação policial foram apreendidos dois revolveres calibre 38, uma pistola 380 com numeração raspada, um rifle calibre 44, diversas munições, além de uma metralhadora ponto 30 – armamento de guerra utilizado para abater aeronaves e de uso restrito das Forças Armadas. Além do armamento, foi apreendido um veículo Punto, uma picape S10, uma outra Montana, uma lancha com motor 200HP, além de outros veículos, embarcações, quatro motocicletas e a quantia de R$ 25 mil em espécie. 

Empresas e contas bancárias eram usadas para lavar dinheiro 

Conforme o titular da Seai, Herbert Lopes, a investigação ocorreu durante os últimos 60 dias e foi feita com o apoio do Laboratório de Combate a Lavagem de Dinheiro. A organização criminosa dissimulava o recebimento do dinheiro oriundo do tráfico em contas bancárias de estabelecimentos comerciais. “Foi fechado esse primeiro ciclo de investigação apreendendo equipamentos de guerra e também o bloqueio de várias contas, dinheiro, bens e imóveis que somaram um  valor  de mais de R$ 2 milhões.  Ainda estamos investigando algumas pessoas que disponibilizavam as suas contas para que o dinheiro dessa organização fosse transitado”, completou Lopes. 

A operação realizada ao longo de toda a quarta-feira (04/04) cumpriu 16 mandados de busca e apreensão, cinco sequestros de bens imóveis, além de 14 bloqueios judiciais de contas bancárias utilizadas pela organização criminosa. Pelas investigações, a organização criminosa utilizava diversos mecanismos para dissimular o transporte de entorpecentes, inclusive com a utilização de barcos pesqueiros e de balsas que traziam botijas de gás para capital amazonense. Foi ainda levantado, ao longo da investigação, que tal organização, com o objetivo de dar aspecto de legalidade ao dinheiro oriundo do transporte dos entorpecentes, lavava o dinheiro em diversos estabelecimentos comerciais, como distribuidora de bebidas, restaurante e salões de beleza.

A Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (Seai) coordenou a operação com o apoio Secretaria Executiva Adjunta de Operações (Seaop), da Polícia Civil, por meio do Departamento de Investigação Sobre Narcóticos (Dnarc), Departamento de Repressão ao Crime organizado (DRCO), Grupo Especial de Força, Resgate e Assalto (Fera), Delegacia Fluvial (Deflu) e do Departamento de Polícia do Interior (DPI), além de servidores da Polícia Militar. 

No curso da ação policial foram empregados aproximadamente cem policiais, entre delegados, investigadores, escrivães e policiais militares, além da utilização de cães farejadores e detectores de metal, com o objetivo de localizar drogas, armas e munições.

FOTO: BRUNO ZANARDO

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