Projeto que tenta reduzir o retorno à prisão já atendeu 1.200 pessoas no Estado

O Projeto Reduzindo o Retorno ao Cárcere (Reeducar) encerra a programação de 2016 com o atendimento de cerca de 1.200 pessoas que estão em liberdade provisória. Iniciativa coordenada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJAM) e a Defensoria Pública do Estado (DPE-AM), o Reeducar teve a última palestra do ano nesta quinta-feira, 15 de dezembro, no auditório do Fórum Henoch Reis, na zona Centro-Sul de Manaus, com a presença de 140 assistidos pelo projeto. 

Para o próximo ano, a coordenação do Reeducar programou duas palestras mensais, iniciando no dia 6 de fevereiro, e totalizando 22 encontros em 2017. O defensor público geral do Amazonas, Rafael Barbosa, destacou, durante o encerramento da programação deste ano, que o Reeducar busca incentivar que o retorno ao convívio social, quando em liberdade provisória, seja uma oportunidade de um recomeço de uma vida digna. “Com as palestras, aconselhamentos e oportunidades de capacitação, o projeto mostra novas possibilidades para que ex-detentos reconstruam suas vidas, diminuindo a reincidência no crime”, afirmou Rafael Barbosa. 

O presidente do Grupo Permanente de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Amazonas, desembargador Sabino Marques, citou a música “Tocando em Frente”, de Renato Teixeira, para exemplificar o que o projeto representa. “Como diz a música ‘É preciso chuva para florir’, aqui temos um exemplo de que é preciso regar para florir, pois do contrário, não se chega a lugar nenhum”, afirmou o desembargador, ao destacar que o Reeducar faz o papel de “regar” para que as pessoas atendidas tenham novos horizontes. 

Sabino Marques destacou o trabalho do defensor público Miguel Tinoco Alencar, que coordena o projeto pela Defensoria Pública, e o da juíza Eulinete Tribuzy, coordenadora pelo TJAM. “Um trabalho incansável dessas pessoas que não deixam esmorecer, sempre com novas energias. Quem está aqui é porque recebeu o benefício da liberdade provisória e cabe a eles manter esse benefício”, disse o desembargador. 

Segundo Miguel Tinoco, o Reeducar visa proporcionar aos beneficiados ações de caráter preventivo, educativo e ressocializador, para que os assistidos desenvolvam senso de responsabilidade e humanização e possam buscar seus direitos. 

A última atividade do Reeducar em 2016 teve apresentação da orquestra Formando Cidadãos, da Polícia Militar do Amazonas, sob a regência do maestro Hércules Dantas Soeiro. Como nas demais palestras durante o ano, o encontro contou com a presença de representantes dos Alcoólicos e Narcóticos Anônimos e organizações religiosas. 

A juíza Eulinete Tribuzy, que coordena o projeto desde 2009, explica que foram atendidas mais de 8 mil pessoas, com um retorno de pouco mais de 160 pessoas ao sistema prisional. “Todos que passam pelo sistema prisional do Amazonas ou do Brasil sabem como funciona. O ser humano pode perder a liberdade, mas não a dignidade. Então, o projeto Reeducar está à disposição dessas pessoas dando uma oportunidade para trabalhar e estudar, para que eles não voltem a cometer novos delitos”, disse a juíza.

 

FOTOS: RAPHAEL ALVES – TJAM 

Qual Sua Opinião? Comente:

Deixe uma resposta