Por Ronaldo Derzy Amazonas*
Tudo o que pode acontecer vai acontecer diz a famosa Lei de Murphi.
Bom, se se tratar de greve, manifestação, reivindicações, movimentos de cunho social comandados pelo PT e pela CUT, podem crer que vai dar em violência, pancadaria, intimidações, barricada, desrespeito aos direitos dos outros, entre outras aberrações.
Pois foi exatamente o que, sem nenhuma perplexidade, assistimos quando da violenta e fracassada “greve” do dia 28 passado chamada pelas centrais sindicais, pelos partidos de esquerda e até,surpreendentemente, por setores isolados da Igreja Católica.
Parecia aqueles movimentos que já nascem mortos na origem dado a ilegitimidade e a cara de pau de muitas pseudo lideranças políticas e trabalhistas posto que atravessaram anos a fio no poder e nunca tiveram a pachorra de propor algo seguro e duradouro que protegesse e assegurasse à classe trabalhadora melhores dias nas relações de trabalho especialmente a segurança do emprego e da renda.
Proteger o trabalhador pra essa gente se confunde em meter as mãos nos cofres públicos e aparelhar o estado ao distribuir milhares de empregos e cargos ou quebrar a previdência com dadivosas benesses que sugam o já combalido sistema e o mutilam, comprometendo o futuro dos milhares de beneficiários ou ainda negar-se a propor medidas e reformas modernizadoras e práticas como, o avançado universo das relações de trabalho no mundo civilizado já o fazem há décadas.
Li o conteúdo da reforma trabalhista já aprovado na Câmara Federal e, honesta e sinceramente, não encontrei nenhuma medida que avance contra o trabalhador privado ou que fortaleça o lado dos patrões desequilibrando a correlação de forças. Pelo contrário! O que percebo é que depois de amplo debate até em audiências públicas na presença dos representantes de patrões e empregados, o parlamento aprovou normas benéficas aos trabalhadores e derrubou textos que de tão atrasados, vinham comprometendo o avanço e a modernização das relações de trabalho. Sugiro aos apressados que leiam o texto aprovado e apontem onde estão as perdas ou as desvantagens as quais justifiquem tanto estardalhaço a ponto de convocarem uma “greve”.
E onde então reside o busílis que justifique essa “mobilização”? Porquê centrais sindicais, partidos de esquerda e setores atrasados da sociedade dita organizada tanto esperneiam contra os patrões e o governo? Porque a simpatia e adesão da população foi tão pífia?
A choradeira, meus insistentes leitores, é dos sindicatos que perderam a mamata financeira sustentada por um dia de suor da classe trabalhadora pois agora a contribuição sindical será espontânea. A grita, é dos partidos de esquerda que perdem as bandeiras, os escudos e o discurso de um sindicalismo retrógrado que anos a fio alimentam e reciclam esse submundo deteriorado de poder, corrupção e desmandos onde quem menos sai ganhando é o pobre do trabalhador. O barulho, vem de falsas lideranças acostumadas a tirar vantagem financeira e política dos incautos onde o conflito de interesses e o aumento do patrimônio pessoal dessa gente, gira e roda qual ciranda interminável elegendo e reelegendo parlamentares inescrupulosos e aproveitadores. A incredulidade veio da sociedade que pressentiu que essa baderna serviria apenas para exaltar Lula, PT e suas franjas na tentativa de catapultar a candidatura deste em 2018 antes que a operação lava a jato o alcance e a justiça o puna criminalmente pela corrupção que não só alimentou mas, deixou correr frouxa e alimentou a si próprio e aos seus.
Mas, o que mais me causou espécie foi tomar conhecimento que setores da hierarquia da Igreja Católica situadas e embricadas mais à esquerda com entidades e partidos socialistas e comunistas, aderiram ao mote pela “greve” como se esta fosse a única e definitiva solução para os gravíssimos problemas econômicos, políticos, sociais e conjunturais criados e deixados como herança maldita para o atual governo federal.
Quando foi que essa gente se juntou pra gritar, propor greve ou espernear por uma reforma política séria e profunda? Em que momento assistimos igrejas e partidos de esquerda lutarem unidas por uma reforma tributária justa e duradoura? Onde você já ouviu falar que sindicatos, partidos de esquerda e Igreja Católica se uniram para peitar o governo pela correção da tabela do imposto de renda (defasada em mais de 83%) esse que é o tributo mais injusto e escorchante contra o trabalhador e contra as famílias.
Conveniência das conveniências! Silêncio dos silêncios! Omissão das omissões!
E sobre a Reforma da Previdência o que tenho a dizer? Bem, assim que a mesma for apresentada para análise e discussão definitiva no Congresso Nacional emitirei minhas impressões e críticas da mesma forma que o fiz com a Reforma Trabalhista.
Não tenho rabo preso com políticos, partidos, facções sindicais ou associações de classe portanto, falo de peito aberto e com a consciência tranquila.
Pra mim, o Primeiro Maio de 2017 vem com bons auspícios e, só não é melhor, porque uma gente que olha apenas para o próprio umbigo e que não foi capaz de ser honesta quando esteve no poder nem teve coragem de denunciar a corrupção para estancar a sangria dos cofres públicos e que tampouco é capaz de fazer uma autocrítica sobre os graves erros cometidos, vem agora bancar de vestais da ética e da moralidade e de defensores da classe trabalhadora adotando tardiamente e de forma oportunista uma postura destrutiva, vergonhosa e abjeta.
Parabéns aos verdadeiros trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, homens e mulheres honestas, esforçadas e sábias por cujas mãos o Brasil cresce e vence as dificuldades se e apesar de tantos e tantas sanguessugas.
Té logo!
*O autor é empresário e farmacêutico
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