Prefeitura e Exército vão expandir acolhida a venezuelanos

O prefeito Arthur Virgílio Neto recebeu na noite da última segunda-feira, 20/5, o coordenador operacional da Força-Tarefa Logística Humanitária, general de brigada Eduardo Pazuello, para tratar da expansão para Manaus dos trabalhos da “Operação Acolhida”, desencadeada no Estado de Roraima para dar suporte aos refugiados venezuelanos, por meio de medidas assistenciais, e auxiliar no processo de interiorização dos imigrantes no país ou de retorno à Venezuela.

A operação foi lançada em Roraima, em março de 2018, e reúne órgãos federais, estaduais e municipais que atuam em conjunto nas ações de acolhimento aos venezuelanos, como fornecimento de refeições, serviços de saúde, direcionamento para abrigos e a regularização documental dos refugiados que queiram permanecer no Brasil e ser distribuídos para outras regiões, juntamente com suas famílias. A operação já contabiliza cerca de 6.258 venezuelanos interiorizados em mais de 15 estados brasileiros.

Para o prefeito, que estava acompanhado da presidente do Fundo Manaus Solidária, a primeira-dama Elisabeth Valeiko Ribeiro, a chegada da operação representa uma nova fase no trabalho de acolhimento desenvolvido pela Prefeitura de Manaus desde 2016, uma vez que, esse processo de interiorização pode dar a oportunidade de recomeço aos venezuelanos em outra região. Ele destacou, ainda, que toda essa operação não irá onerar nenhum custo para a prefeitura.

“A grande novidade é que vamos poder avançar do acolhimento, que já realizamos, para a fase em que se tem uma transição, para que essas pessoas que buscam refúgio na nossa cidade possam ser interiorizadas para outros estados brasileiros, de maneira organizada e servindo de mão de obra especializada. Com isso, eles vão perceber que têm mais oportunidade, a partir dos contatos realizados pelo Acnur e Exército, que irão cuidar em verificar os locais onde essas pessoas são necessárias e onde a elas agrada ficar”, disse o prefeito, ressaltando que o processo de interiorização a partir de Manaus não irá impactar em despesas para o município.

O general Pazuello explicou que não há planejamento de construção de novos a abrigos, a exemplo do que o Exército fez em Roraima. De acordo com o militar, o foco da missão em Manaus é a regularização dos refugiados, para oportunizar a entrada no mercado de trabalho de outros estados brasileiros.

“Tivemos uma recepção muito boa e queremos vir colaborar na resposta do fluxo migratório dos venezuelanos, regularizando a situação dos imigrantes e trabalhar para que possam seguir o fluxo em direção ao Centro-Sul do país, vencendo nossa geografia, dados os custos logísticos de sair da Amazônia rumo a outras capitais do país, onde há uma grande área de trabalho em que podem ser absorvidos”, detalhou Pazuello.

O oficial de proteção da Acnur, Pablo Matos, colocou a expansão da “Operação Acolhida” como fundamental, uma vez que o fluxo migratório de refugiados venezuelanos já pode ser visto em todo o Brasil. Ele lembrou que a operação é coordenada pelo governo federal, com apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

“Queremos criar um ambiente favorável para a população deslocada da Venezuela, mas também para a população do Amazonas, para que se beneficiem de alguma forma com todo esse trabalho”, explicou Matos.

Operacional

Os trabalhos da “Operação Acolhida” se iniciam nesta terça-feira, 21/5, com reuniões entre o Exército e equipes da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semsac), responsável por coordenar as ações de acolhimento no município.

“A vinda da operação a Manaus representa que estamos muito perto de uma definição melhor e maior para a questão dos refugiados. Por determinação do prefeito Arthur, estamos fazendo o acolhimento desde 2016, em três abrigos. Esse projeto será pautado no passivo de refugiados que temos na rodoviária e em outros pontos da cidade”, disse a secretária da Semasc, Conceição Sampaio.

O encontro ocorreu nas dependências do Centro Cultural Palácio Rio Branco, localizado no Centro Histórico de Manaus, e reuniu também os secretários municipais de Saúde, Marcelo Magaldi; Defesa Civil, Antônio Brandão; e de Finanças, Lourival Praia.

Qual Sua Opinião? Comente:

Deixe uma resposta