O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, fez mais campanha para a Presidência – ele já disse que quer ser candidato pelo PSD, partido do ministro Gilberto Kassab e do senador Omar Aziz – do que comprometeu-se com a Zona Franca de Manaus, maior objetivo dos anfitriões dele na passagem pela cidade na última quinta-feira.
Lideranças empresariais e políticas ouvidas pelo blog demonstraram preocupação com a postura do ministro, uma das autoridades mais influentes da República. Ele só se referiu ao modelo – que é constantemente ameaçado por medidas tomadas pelo Governo Federal e projetos apresentados no Congresso Nacional – uma vez, durante palestra inusitada durante um culto na Igreja Assembleia de Deus. E ainda assim foi uma referência indireta, sem maiores elogios. Ao fazer propaganda das conquistas do Governo Michel Temer (PMDB), ele disse que, se a inflação e os juros caem, a economia cresce, inclusive a Zona Franca.
Meirelles participou de seminário na sede da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, onde limitou-se a apresentar de forma resumida um panorama do desempenho e das expectativas e previsões da economia brasileira para o próximo ano. Ele fez questão de ressaltar resultados positivos alcançados recentemente em vários indicadores macroeconômicos, como as reduções da inflação e da taxa de juros, a melhora significativa no Custo Brasil, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e da confiança de empresários e consumidores na economia brasileira e no País. Sem citar especificamente a Zona Franca de Manaus, ele disse que o Estado do Amazonas, por ter sua produção industrial direcionada quase que exclusivamente ao mercado nacional, será diretamente impactado pela melhora no desempenho da economia brasileira. “Estamos em um momento de crescimento da produção (PIB) e, por consequência, da confiança. A previsão é de continuarmos o crescimento. Já temos dados sólidos consolidando essa expectativa durante o início do próximo ano. Isso sugere também um crescimento econômico mais vigoroso para o Estado do Amazonas”, pontuou.
O ministro também afirmou que os resultados positivos foram possibilitados por uma agenda de reformas econômicas que estão sendo implantadas no País. De acordo com Meirelles, o Brasil está passando por um profundo processo de transformação que inclui tanto reformas estruturais – teto de gastos, reforma trabalhista, reforma da Previdência e reforma tributária – quanto reformas macroeconômicas, entre as quais ações de regulação setorial para maior eficiência e produtividade, controle fiscal e melhora do ambiente de negócios. “Saímos da recessão mais longa da nossa história. As reformas macroeconômicas criarão ambiente favorável aos negócios e as reformas estruturais aumentarão a produtividade do País. Estamos no início de um novo ciclo de crescimento sustentado. Este ciclo será caracterizado por longa duração e baixa volatilidade”, defendeu o líder da equipe econômica do governo federal.
Durante o evento, Meirelles recebeu do presidente da Fieam, Antônio Silva, dois documentos formulados por entidades de classe do Estado do Amazonas com demandas e manifestações em prol do fortalecimento dos setores industrial e comercial da região. Ao fim de seu pronunciamento, o ministro afirmou que tanto ele quanto o secretário da Receita Federal do Brasil, Jorge Rachid, estão atentos às demandas do Amazonas já submetidas para análise – com destaque àquelas que envolvem questões tributárias – e que têm conversado com dirigentes e representantes do Estado para buscar encaminhamentos. “Estamos olhando com muito cuidado todas essas questões. Convocamos todos a trabalhar firme, forte, para que coloquemos o Brasil para crescer e, por consequência, o Amazonas possa crescer a taxas ainda maiores”, complementou, sem se comprometer em atender as demandas.
Para o superintendente da SUFRAMA, Appio Tolentino, as palavras do ministro contribuíram para reforçar ainda mais as perspectivas positivas para o modelo Zona Franca de Manaus a partir do próximo ano. “Sabemos do comprometimento do ministro Henrique Meirelles com os Estados do Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia e Roraima, região que é beneficiada pelos incentivos fiscais e extrafiscais do modelo Zona Franca. A Suframa está empenhada em trabalhar para minimizar cada vez mais os desníveis sociais e econômicos nesta região. Para que isso ocorra, é fundamental que o governo federal apoie a autarquia nesse trabalho. Faço votos de que essa integração – governo federal e Zona Franca – seja cada vez mais intensa e profícua para a nossa região e, consequentemente, para o nosso País”, afirmou Tolentino.
Foto: Reinaldo Okita/Diário do Amazonas
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