O governador Omar Aziz era um militante comunista quando foi cooptado pelo então governador Amazonino Mendes para seu grupo político. Sob sua proteção e incentivo, elegeu-se vereador em 1992, foi presidente da Câmara Municipal, deputado estadual mais votado em 1994 – em disputa direta com Antonio Cordeiro, afilhado do então governador Gilberto Mestrinho -, vice-prefeito duas vezes, a partir de 1996, e vice-governador em 2002, no famoso episódio em que seu nome substituiu o de José Melo na madrugada da Convenção que escolheria a chapa encabeçada por Eduardo Braga. Quando precisou do apoio do padrinho para se reeleger governador em 2010, mais uma vez o teve a seu lado.
Desgastado depois de uma administração difícil e de problemas de saúde que enfrentou, Amazonino fez de tudo para eleger Artur Neto prefeito. Topou até se ausentar da campanha, para não atrapalhar. Esperava tão somente que sua administração fosse respeitada.
Hoje, no entanto, tudo de ruim que acontece em Manaus é culpa do Negão. Foi ele que endividou a Prefeitura; que deixou obras inacabadas; que não reajustou a tarifa de ônibus no tempo certo… Enfim, a culpa de tudo é dele.
Artur pensava que poderia “chutar o balde” de Amazonino, porque este não se incomodaria. Afinal, anunciou que se retiraria da politica. Acontece que um animal político como o ex-prefeito nunca descansa. Trata-se do político que acumulou mais poder em toda a história do Estado. Não é de levar desaforo para casa.E quem disse que Amazonino não gostaria de encerrar a carreira de forma honrosa, representando o Amazonas no Senado? O Negão, que enxerga longe, vislumbrou esse cenário e passou a trabalhar com a formação de uma chapa com Braga e Alfredo. Teria tempo de TV de sobra, vários prefeitos no barco e envergadura política para ameaçar qualquer reinado.
Isso assombrou Omar e seus aliados. O governador sabe que o único adversário capaz de lhe causar problemas para chegar ao Senado no ano que vem é Amazonino. E deve estar arrependido de ter abandonado o velho padrinho depois que este deixou a Prefeitura.
Agora é um tal de mandar recados ao Negão, tentando intrigá-lo com Braga e Alfredo.
Enquanto isso, Eduardo Braga toca a vida em Brasília, não assume posição e espera a poeira baixar.
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