Polícia orienta vítimas do golpe da quadrilha que vendia carros alugados a devolverem os veículos

O titular da Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos (DERFV”, delegado Cícero Túlio, está orientando a população a ter cuidados na hora de comprar um veículo, para não cair em golpes iguais ao que uma quadrilha desbaratada na semana passada aplicava e, assim, não ter prejuízos futuros. Dos mais de 100 veículos revendidos de maneira fraudulenta, a Polícia já recuperou 73 carros, que foram devolvidos às locadoras. Quem foi vítima do golpe e ainda não devolveu o veículo deve procurar a delegacia o mais rápido possível.

“A gente orienta aquelas pessoas que eventualmente estejam em poder de veículos revendidos por esta quadrilha a procurarem a nossa delegacia especializada, a fim de prestar os esclarecimentos devidos em razão do golpe em que caíram, e a restituir esses veículos, para que possamos repassá-los aos reais proprietários, que são as locadoras”, disse Cícero Túlio. A pessoa que não devolver o veículo pode passar de vítima a indiciada por receptação.

“Sempre desconfie daqueles veículos que não se encontram em nome do vendedor. Muitas vezes as pessoas, querendo comprar um veículo por um preço mais baixo, acabam comprando um veículo que não é da propriedade daquela pessoa que está vendendo. É necessário que haja uma diligência maior nesses casos, para que elas não sejam surpreendidas com um procedimento criminal”, explica o delegado.

A prisão de uma quadrilha especializada em venda de automóveis de forma fraudulenta reforça a necessidade de alertar a população sobre os cuidados na hora de comprar um veículo. A organização criminosa, desarticulada pela DERFV, da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), na semana passada, já estava sendo investigada há pelo menos um mês.

A revelação é fruto da Operação Quimera. Os infratores aplicavam o golpe há cerca de seis meses e fizeram mais de 100 vítimas. De acordo com o delegado titular da DERFV, Cícero Túlio, uma empresa de fachada, de nome Reborn, foi criada para que a quadrilha conseguisse angariar um contrato junto a empresas locadoras de veículos, afirmando que utilizariam os automóveis para a própria empresa. Porém, ao invés disso, eles revendiam os bens para terceiros.

Para consumar as vendas fraudulentas com mais rapidez, o grupo realizava as transações sem consultar o perfil financeiro das vítimas, que passavam a acreditar que eram, de fato, proprietárias dos veículos. Além disso, alguns carros foram encaminhados para os Estados de Roraima e da Bahia.

Segundo as investigações, para conseguir efetuar o contrato junto às locadoras os infratores precisavam pagar uma caução no valor de, aproximadamente, R$ 100 mil, e esses valores foram conseguidos junto a uma facção criminosa ligada ao tráfico de drogas. Assim, eles conseguiam locar esses veículos, sendo parte deles repassados a integrantes desta facção.

Em seis meses, o esquema criminoso movimentou cerca de R$ 6 milhões, considerando os valores de cada veículo, os valores de entrada que eram dados pelas vítimas e os valores recebidos por meio de mensalidades. As vítimas não vão poder recuperar esses veículos, já que eles eram de propriedade das locadoras e não podiam ser revendidos. A polícia recomenda às pessoas que compraram esses veículos e já os devolveram na sede da Especializada, que acionem a Justiça, a fim de que sejam indenizadas e diminuam seus prejuízos.

A DERFV está localizada na rua Adelaide Carraro, bairro Planalto, zona centro-oeste da capital.

PRISÕES

No último dia 16, a polícia cumpriu três mandados de prisão em nome de Isaac Correa Barbosa, 32, Mauro Charlisson Nascimento Felipe, 18, e Ruan Silva Vital, 18, por envolvimento na organização criminosa. Eles foram encaminhados ao Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM).

Francisco Silva Filho, que seria o chefe da quadrilha, e Gabriel Ferreira Souza Marques estão foragidos. A DERFV já está mantendo contato com policiais de outros estados, pois, segundo informações, a dupla já teria saído do Amazonas.

 

Qual Sua Opinião? Comente:

Deixe uma resposta