Parques por uma vida saudável

Falar sobre qualidade de vida pode parecer algo muito genérico. Pensam equivocadamente os que olham apenas por esse prisma. Para começar, qualidade de vida tem que ser compromisso de todos, nos seus mais diversos nichos, mas, principalmente, quando o assunto é a saúde pública. Ocorre que aqui não estou falando de hospitais e de todo um programa de urgência e emergência. Falo de um trabalho para desafogar as unidades de saúde, com prevenção.

Um ponto lógico dessa história é que o caminho em busca da condição de uma vida saudável deve começar em casa, com o mínimo de alimentação de qualidade. Contudo, como toda semente que precisa de terra, água e luz para se tornar uma árvore, nós, seres humanos, precisamos de ambientes que inspirem bem-estar físico, mental, psicológico e emocional. Fora de casa, é dever do poder público proporcionar esse tipo de espaço.

Um conjunto de parques urbanos e ecológicos bem estruturados é um bom começo para garantir essa política pública de forma efetiva. No coração da Amazônia, Manaus é uma cidade que ainda conta com muitos espaços para proporcionar esses equipamentos públicos aos seus moradores, com estruturas de pistas de caminhada, ciclovias, espaço para exercício funcional e até mesmo para outras modalidades mais comunitárias, como zumba e crossfit. A região do Campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) é um exemplo de espaço a ser bem aproveitado, pelo bem dos manauaras, além da sua comunidade acadêmica.

Considerado o maior fragmento de floresta em área urbana do mundo, com 6,7 milhões de metros quadrados, a área vive sob constante ameaça de invasão, que pode levar ao chão uma floresta essencial para climatização da cidade. Com uma estrutura patrocinada pela Prefeitura de Manaus em parceria com a universidade, um parque urbano e ecológico, nos 13,8 quilômetros do entorno da floresta da instituição,
além de uma barreira de proteção da área verde, proporcionaria um dos melhores ambientes para prática desportiva e interação social. E até mesmo para trabalhos acadêmicos junto às comunidades das redondezas, nas áreas de saúde, educação física e ambiental, por exemplo.

Além dessa imensa área da Ufam, Manaus tem outras boas opções para descentralizar esse tipo de política pública que, além de ser essencial para as práticas desportivas, deve ser encarada também como estratégia para o enfrentamento às doenças causadas pelo sedentarismo, como a obesidade, hipertensão, diabetes e distúrbio do sono; também às emocionais, cada vez mais comuns no dia a dia da nossa sociedade, como estresse, anemia, depressão e ansiedade. Com a criação desses parques voltados para o bem-estar físico e psicológico, as filas nos postos de saúde e hospitais tendem a diminuir.

*O autor foi deputado estadual da 15ª a 17ª legislatura, governador do Amazonas em 2017 e é o atual presidente estadual do partido Avante no Amazonas

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