O trabalhador para Cristo

Por Ronaldo Derzy Amazonas*

Não há absolutamente nenhuma novidade no que estou escrevendo neste artigo de hoje posto que volta e meia aqueles maus gestores e ladrões do dinheiro público, os políticos entreguistas, fisiológicos e descomprometidos com as causas dos eleitores, embarcam na onda de, para salvar(na concepção estreita deles) o estado da bancarrota, precisam ir fundo na criação ou aumento de impostos, tungar os salários já deteriorados dos trabalhadores, mexer na previdência social e cortar subsídios e subvenções sociais de ajuda ao povo ou a entidades que prestam relevantes serviços onde o estado está ausente ou atende de forma precária.Pois é exatamente isso que os governos Temer e Melo já iniciaram com a proposição e, em alguns casos, implantação dos seus pacotes de maldades contra servidores públicos e trabalhadores privados.

Vou me ater, por ora, às iniciativas adotadas pelo Governador Jose Melo, o humilde e trabalhador filho de seringueiro lá das barrancas do Juruá que, numa só tacada, mete a mão no bolso dos servidores cortando o vale alimentação, veta as promoções na carreira, segura há pelo menos três anos a reposição inflacionária acumulada em 24,5%, não paga diárias, corta horas extras, entre outras medidas pra lá de antipáticas e de uma insensibilidade sem igual.

Agora, para completar a saga malina que investe contra a saúde salarial dos servidores, Melo envia para a Assembleia Legislativa um Projeto de Emenda à constituição do estado propondo elevar a alíquota de contribuição à previdência estadual dos atuais 11 para até 15%. Uma tungagem fenomenal! É a mão boba do governador mais uma vez entrando no bolso do servidor público para esvaziar de vez o pouco que restava de margem de sobrevivência para quem já acumula perdas de mais de 40% desde que Melo assumiu o governo em 2013.

Não pensem o governador e os deputados vaquinhas de presépio seus aliados, que será “fácil extremamente fácil” lembrando aí de um refrão da música do J Quest, enfrentar as entidades sindicais e associações de servidores das fundações do estado os quais estão atentos a todo esse quadro de agressões aos seus direitos e, de modo organizado e decidido, marcharão e gritarão contra qualquer tentativa que vise corroer mais ainda seus salários ou mexer em direitos e benefícios conquistados há anos com luta.

Já a partir de hoje durante as audiências públicas na ALEAM, nos debates promovidos pelas centrais sindicais, nos fóruns intersindicais e nas manifestações contra o arrocho salarial, os servidores do estado e os trabalhadores privados estarão se preparando e inclusive propondo soluções para esse momento de passageira crise econômica tais como: redução drástica dos investimentos em obras e serviços demandados pelas empreiteiras adiando suas execuções, corte no número de cargos comissionados e redução dos valores atualmente pagos (somente a Casa Civil do Governo abriga mais de 500), redução drástica nas empresas terceirizadoras de mão de obra especialmente na saúde hoje responsáveis por consumirem 2/3 do orçamento da pasta, corte no volume de recursos gastos com a propaganda governamental, entre outras medidas que se adotadas, poderiam mitigar a necessidade de mexer no ganho salarial dos servidores.

Uma dessas iniciativas de luta vai acontecer no dia 15 próxima quarta-feira, quando os servidores da saúde do estado estarão realizando na sede da SUSAM no Aleixo, uma manifestação contra o arrocho salarial, cortes de benefícios e atraso nas promoções na carreira.

Está nas mãos do Melo ser reconhecido como o gestor que teve uma visão de grandeza e de responsabilidade sobre a coisa pública e a população do estado, ou passar para a história como o político pequeno na estatura e no caráter, que passou pelo governo sem deixar saudade alguma nos seus eleitores.

*O autor é farmacêutico e empresário

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