O QUE PENSO SOBRE ( PARTE IV)

11949569_907269616028114_1511912519_nDizem que em termos de futebol, boa parcela da população brasileira discute esse esporte com a veemência e a autoridade de técnicos que pensam e introjetam ser.

Até que eu dou lá os meus pitacos de quando em vez nessas análises futebolísticas, especialmente quando falam mal do meu glorioso Botafogo porém, se pensam que escreverei sobre essa paixão nacional estão redondamente enganados; só pensei em traçar um paralelo entre futebol e política pois percebo que ultimamente o brasileiro vem trocando de paixão nem tanto contente (num paralelo com a música de Nelson Gonçalves) e elegendo a política como o assunto preferido nas rodadas ou nos diálogos, quase discussão, quando alguém resolve tocar em temas como economia, desemprego, impiechment, cassação de mandato, reforma ministerial, lava a jato, pixuleco, delação premiada, Sérgio Moro e PT…ufa!

Eu que já sou um quase sexagenário e leitor compulsivo sobre política, não me recordo nessa minha ainda curta porém animada e agradecida existência, de ter presenciado ou vivenciado uma crise política com implicações econômicas e sociais tão graves e danosas quanto esta que estamos experimentando. Vai daí que seguem mais opiniões sobre temas pra lá de apaixonantes.

1. O brasileiro e a crise-No início do ano de 1980 eu então estudante universitário, secretário geral do Centro Acadêmico de Farmácia, candidato na chapa do DCE e membro da Pastoral da Juventude da Igreja Católica,  estive presente em muitos momentos do nascimento do Partido dos Trabalhadores no nosso estado e, entusiasta e vibrador que era com as lutas e sentimentos especialmente das categorias sindicais e estudantis, criei uma enorme simpatia pelo líder operário que surgia, cujas trajetória de vida e política atraíram não só a mim, mas  centenas de milhares de jovens que sonhavam e apostavam em um país melhor e mais justo.

Narro esses fatos que marcaram minha primeira juventude, para registrar o quanto de decepcionado e irresignado me encontro com as práticas, erros e omissões cometidos pelo PT no exercício da sublime missão de governar um país e um povo.

Com razão de sobra, o povo saiu às ruas, levantou bandeiras, gritou frases de efeito, pede o impiechment, exige reformas estruturantes sérias e não de mentirinha e, anda igualmente decepcionado com um governo sem rumos e inerte.

Com razão, muitos e cada vez mais brasileiros de todas as classes, idades e identidades políticas e sociais, discutem e emitem opinião sobre essa crise que é de cunho político, moral, econômico e ético.

Percebeu, a maioria da população, que não há como se atravessar uma crise dessa magnitude cujas implicações mexem com o  bolso, o emprego e com o seu futuro e o das gerações vindouras, se não houver ao menos o saudável envolvimento ora nas manifestações, ora no simples bate papo sobre política ou mais incisivamente na cobrança aos parlamentares para que, como representantes da nação, exerçam de fato, moral e constitucionalmente, a missão de propor e votar leis a favor do povo e vigiar e cobrar do poder executivo para que este cumpra com o programa de governo proposto.

2. Operação lava a jato- Sou do tempo em que lava a jato não passava de um local onde especialmente nas manhãs  de sábado lá ía eu lavar meu carro enquanto lia o jornal do dia ou ficava batendo papo com algum amigo que encontrasse.

O tempo passou e termo agora encerra conotações um tanto quanto pejorativas visto que confunde-se hoje com o exercício abjeto do desvio de dinheiro público, maracutaias conchavos e rasteiras políticas, prisões, delações e uma ruma de adjetivos e substantivos outros que mergulharam o país numa crise política e financeira sem precedentes cujos desdobramentos, estão longe de serem previstos pelo mais arguto e antenado analista político.
>>> A operação lava a jato é antes de tudo um rigoroso teste de maturidade para a política, para o poder judiciário e para nossa jovem democracia recentemente sacudida porém, sem o devido aprendizado com o famigerado escândalo do mensalão.
>>> Não há nação no mundo que resista a sucessivas crises promovidas pela corrupção desenfreada, sem que as instituições, cada uma com suas atribuições constitucionais, não desempenhe seu papel com independência, sabedoria e responsabilidade.

O Brasil bem poderia ter aprendido mais e saído mais fortalecido depois do mensalão; faltou e falta ainda, o uso do poder consciente e livre do voto; faltou e continuamos pobres, do espírito de brasilidade de certas autoridades políticas; falta uma reforma política decente; faltaram solidariedade e respeito para com o povo; falta vergonha na cara!Te logo!

PS. Escrevia esse artigo exato momento em que o TCU rejeitava as contas da presidente da república. Tenho como convicção que existem elementos de sobra para a emissão do parecer contrário às contas de 2014 porém, coloco minhas barbas de molho se haverá independência e moral suficientes de um congresso nacional comandado hoje por figuras supostamente envolvidas até o gogó em esquemas de corrupção, para levar adiante um processo de afastamento da chefa da nação.

Sds Ronaldo Derzy Amazonas

Ronaldo Amazonas, ex-diretor da Fundação Alfredo da Matta, um dos mais polêmicos ativistas da internet. Escreve sobre o que lhe vier à cabeça, sempre com uma pegada forte e opiniões muito próprias.

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