O que importa são os barracos…

Soldado Anônimo*

E ele foi sepultado… a esposa mal sustentava-se em pé, amparada por família e a assistência social… e sob efeito de medicamentos…

Mas isso não importa, o que importa é que os barracos da invasão foram queimados…

O filho inocente, apenas seis anos, ainda não entendeu que seu pai se foi…
Mas isso e não importa… o que importa é que os barracos da invasão foram queimados…

Essas invasões e formação irregulares de novas comunidades, feitas por grileiros que vendem os terrenos logo que a invasão é consolidada, fazem parte de uma indústria… pessoas que são necessitadas não possuem carros caros… Não colocam antena de tv fechada, já que não tem o que comer… Não erguem, da noite para o dia, casas de alvenaria de dois, três andares …. Olhem todos esses bairros que nasceram de invasões na nossa Manaus…
Pouquíssimas casas são dos donos originais que iniciaram a invasão… Como gafanhotos, eles vêm, derrubam tudo e partem para a próxima…

Mas isso não importa, o que importa é que os barracos da invasão foram queimados…

Nao importa que existam locais de desmanches de carros e motos…
Não importa se o tráfico se instala e fomenta a criminalidade…
Não importa que eles instalem ligações clandestinas de energia e água, exijam do governo bem- feitorias que nem em áreas onde cujos moradores, cidadãos de bem, que trabalham e ralaram muito para pagar seus impostos, comprar seus terrenos ou casas a longas prestações, recebem.

O que importa é que os barracos da invasão foram queimados…

“esperança incendiada…” Publicou um poético editor, ironizando o comparecimento em peso das autoridades para o resgate do corpo do soldado… É senhor editor… O Estado tinha que estar lá mesmo… Aquele que pereceu não era um marginal, um traficante, uma invasor que vivia da grilagem de terras… Era um agente público e merecia sim toda aquela mobilização. Em países de vergonha, é assim que se procede. Ele sequer menciona o fato de que o incêndio foi represália do tráfico, que não queria a localização do corpo…
Realmente esperamos que o Estado retorne lá… Com máquinas e mais polícia, para reintegração de posse das terras para o Município, evitando que mais um antro de bandidagem e fonte de ganho fácil para os grileiros, se consolide.
Esperamos que a prefeitura não permita mais, esses focos perniciosos de criminalidade, usando as pessoas humildes como desculpa.

Espero também, que o editor do jornal tenha a quem recorrer, já que para ele, policial vale menos que barracos em uma invasão ..

Garanto, que ele não fará nenhum artigo em seu blog, sobre essa esposa que ficou sem seu marido, esse filho que aos seis anos perdeu o pai, esses pais que enterraram seu filho hoje…

*Texto que corre em grupos de policiais, sem autor definido

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