Nem 08, nem 80

Não há o que se comemorar e muito menos que se jogar pra debaixo do tapete um momento político lamentável e marcante da vida do nosso país ocorrida exato um ano atrás.

As lições sobre o episódio do dia 08.01.2023 devem sim ser internalizadas, degustadas e analisadas detidamente a fim de que aprendamos como lidar política, social e judicialmente com tais fatos.

Se de um lado, a turma da esquerda tenta tirar proveito político da situação, aqueles que se dizem da direita sentem-se(e de fato o são) perseguidos pela associação PT/STF que governa o Brasil.

Por mais que o o governo insista em criminalizar uma manifestação legal, legítima e corriqueira que apenas fugiu do controle, muito pior ainda age o STF, que adotou uma postura totalmente inconstitucional de, ao mesmo tempo dizer-se vítima, atuar como investigador e julgador.

Isso que aconteceu ano passado, vai ficar registrado na história como um movimento de insatisfação de milhões de brasileiros contra o resultado de uma eleição.

O que Lula et caterva, secundado pelo STF e outros menos votados tentam impor, é marcar o 08 de janeiro como data em que houve tentativa de golpe, e perpetuar a comemoração dessa data no calendário nacional.

Mas, antes que eles se juntem para carimbar a data de forma equivocada, é preciso que essa gente responda algumas questões: Quem comandava ou liderava o golpe? Era um golpe militar? Se sim, qual ou quais forças e comandantes militares assumiram a tropa do golpe? Havia armas pesadas e carros blindados de combate nas mãos da massa revoltada? Quais unidades da Federação aderiram ao golpe e em que circunstâncias? Qual era o alvo preferencial dos golpistas? Era o presidente recém assumido? Eram os poderes legislativo e judiciário?

Ora, se alguém do governo e do STF responder apenas uma das questões elencadas, aí sim poderemos começar a caracterizar a manifestação como um levante político visando derrubar alguém.

Do contrário, o que há de fato, é muito choramingo e muito esperneio de um governo fraco, sem projeto de país e sem moral política alguma que tenta apenas jogar uma nuvem de fumaça sobre o país a fim de esconder suas debilidades e inoperância.

O que Lula, o STF e esse desgoverno têm que explicar direitinho, é porque tudo foi permitido e tudo aconteceu sob as barbas de um governo instalado, que tinha todo o comandamento das forças armadas, dominava a polícia federal e demais aparatos de segurança e ainda controlava os órgãos de informações sensíveis.

Semana passada o ministro mor do STF deu uma entrevista a um jornal adesista do governo pra dizer, sem nenhuma prova, que iam sequestrá-lo, levariam ele para outro estado e iam enforcá-lo em praça pública.

Será que estamos diante de um novo Tiradentes? Ou será que tudo não passa de fake news digno de entrar no eterno inquérito que investiga, julga e condena jornalistas, persegue gente do povo e cala as mídias sociais selecionadas?

Vivêssemos num país sério, um juíz jamais participaria de um julgamento enquanto inquisidor e vítima ao mesmo tempo. 

Por dever de honra ao cargo investido e por respeito à Constituição, Morais, por esse pronunciamento, deverá renunciar ao cargo de relator do famigerado inquérito em que ele mesmo, diz-se vítima daqueles que pretensamente intentaram o tal golpe que só existe nas mentes doentes de ódio e de permanente sentimento de estado de vingança.

Até agora, todos os julgamentos de brasileiros por parte do STF, estão totalmente maculados pelo manto da suspeição.

Mas, quem terá a coragem e a ombridade de se julgar suspeito nessa altura do campeonato onde tudo passou para a fase do orgulho?

Lembremos ainda, que uma CPMI foi aberta e totalmente comandada pelo governo, e esta, escarafunchou a vida de políticos, empresários, governadores da oposição e gente simples do povo e deu em nada.

Será que uma CPMI não teria o poder de descobrir a trama e os mandantes de uma ordem de morte contra o poderoso Morais?

Vamos e convenhamos! Convocar poderes, chamar a imprensa, reunir gatos pingados políticos para alardear contra o que só existe na cabeça oca de um presidente tosco e comemorar o nada, torna o nosso país alvo das chacotas da imprensa internacional.

Há tanto o que se fazer para que o país saia da inércia em que se encontra. Existem tantos outros assuntos dignos de serem tratados como a economia, o desenvolvimento, a produção industrial, a saúde e a edução tão pouco levados em consideração pelo governo, e essa turma fica na eterna masturbação mental de golpe que nunca existiu.

Tá mais que na hora do STF voltar a julgar coisas sérias, de o governo cuidar da segurança que anda em frangalhos e da mídia tradicional ocupar os espaços com noticiário e fatos mais relevantes.

Nunca houve oito de janeiro da forma como eles pensam. Nem oito nem oitenta.

Té logo!