Por Ronaldo Derzy Amazonas*
Cem artigos, cem segundas feiras, sem censura e sem admoestações por parte do editor do Blog meu mano Hiel que quando me convidou pra escrever neste espaço e, sob a minha apreensão do que poderia ou não discorrer foi logo dizendo “escreve o que vier à cabeça que aqui você terá a garantia do espaço”. Pois foi acreditando e me espelhando na experiência e na capacidade de ser verdadeiro, prudente e ético que o Hiel me transmite, que venho resistindo esse período de muito estudo, aprendizado e busca pela verdade, tentando variar nos temas mantendo o desafio de ser eclético pra não cansar e tampouco dispersar meus fiéis e leais leitores.
Antes que o título possa transmitir minha falta de medo acerca do que escrevo e trato nos meus artigos, vou logo dizendo que ele está é relacionado com a presente situação em que se encontra o momento político nacional nesses tempos sombrios de delações, corrupção, prisões, denúncias, tornozeleiras, desvios de dinheiro e de conduta e por aí vai.
Salta aos olhos a cruel e nada desinteressada tentativa da grande imprensa nacional, notadamente do Grupo Globo de Comunicação, de destituir um presidente sobre quem pesa uma série de denúncias e desconfianças acerca de suas relações políticas nada recomendáveis. Não que eu apoie ou defenda a figura um tanto quanto enredada em tramoias e relações ambíguas e promíscuas como a do atual presidente. Longe de mim! O que me causa espécie é a sordidez e a deslavada coragem de um grupo de comunicação dos mais poderosos do planeta, devedor de bilhões ao fisco e cuja família controladora se arvora no direito de mandar e desmandar ora no comportamento social do povo, ora nos usos e costumes das famílias e mais pesadamente investindo e conspirando contra os poderes políticos e judiciários, numa clara e abusada tentativa de golpear a democracia e as instituições soberanas nacionais.
Não há nação que resista, não há economia que sobreviva e não há povo que se sustente com tantas e sucessivas trocas de governo seja por quais motivos forem. Querem tratar o país como se fosse um time de futebol dos mais vencedores que tivesse no banco de reservas os mais competentes e os mais preparados craques para num espaço de noventa minutos entrar em campo e, com a mesma desenvoltura, manter o jogo sob controle sem sobressaltos e sem sofrimento da torcida.
Apesar destes e apesar das dificuldades, penso sinceramente que o país avança pois a inflação está dominada, a economia se estabiliza, os níveis de emprego se consolidam, a indústria retoma a produção, o comércio respira e os serviços começam a sentir a retomada de crescimento numa espiral contínua e progressiva demonstração de que há um governo competente, as instituições funcionam harmoniosamente e as reformas estruturantes acontecem, coisas que somente as nações mais maduras experimentam.
Nem eu nem ninguém em absoluto haveremos desconhecer que existe sim problemas dos mais graves a serem resolvidos no campo da política com o julgamento e a punição exemplar de todos aqueles que estão enredados nos maus feitos dos desvios e da corrupção mas isso, deve ser cuidado pelas instituições próprias do aparato democrático existente e não por mero capricho ou demonstração de força e de poder de organizações detentoras de concessões públicas as quais se arvoram no direito de se sobrepor e se insurgir contra a dinâmica própria e fundamental do estado democrático de direito.
Justiça sim! Justiçamento jamais! Democracia sim! Democratismo nunca!
Té logo!
*O autor é empresário e farmacêutico
