Médico enumera os riscos que o fumo pode causar à saúde

Nesta quarta-feira, dia 31 de maio, é o Dia Mundial Sem Tabaco, criado em 1987, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. Por ano, morrem 6 milhões de pessoas, em decorrência do cigarro em todo o planeta, sendo que 600 mil morrem por causa do cigarro sem nunca terem fumado, ou seja, são tabagistas passivos, daí a necessidade vital de parar de fumar, alerta o oncologista clínico e diretor da Sensumed Oncologia, Dr. William Fuzita, e aponta os tipos de tumor que o tabagismo pode causar.

“O hábito de fumar apresenta um índice menor entre os amazonenses, quando comparado às regiões Sul e Sudeste. O que seria positivo mas, independentemente disso, os tabagistas existentes correm sérios riscos, pois o hábito repercute de maneira negativa na saúde”, avalia Dr. William Fuzita, com base nos estudos feitos pela clínica Sensumed Oncologia, nos últimos nove anos.

O oncologista clínico alerta que o tabagismo interfere no surgimento de tumores em diversas partes do corpo humano. E, para pacientes em tratamento oncológico, pode comprometer a eficácia do tratamento, pois as substâncias químicas presentes no fumo, como metais pesados e até mesmo radioativos, reduzem o efeito dos medicamentos utilizados na quimioterapia, além de dificultar a cicatrização de cirurgias oncológicas e também elevar a pressão arterial.

O cigarro está relacionado ao câncer de pulmão, obviamente, mas também interfere na formação de diversos tumores, explica Dr. William Fuzita, como são os casos das cavidades oral e nasal, onde tem contato direto com a fumaça (boca, nariz, faringe, laringe, esôfago); pode apresentar formações no pâncreas, fígado, estômago, intestino, colo de útero e no sangue (leucemia); também tem relação com câncer no aparelho geniturinário – rim, ureter, bexiga -, e na próstata em alguns grupos específicos, como de afro-americanos. “Como as substâncias tóxicas são absorvidas pelo sangue e esse é filtrado no rim e expelido pela urina, as substâncias ficam agredindo esses tecidos por onde passam e se depositam provocando o surgimento de tumores, principalmente de bexiga”, esclarece o especialista.

Para o tratamento de câncer, Fuzita destaca que o câncer tem cura, desde que detectado precocemente. “Se conseguimos diagnosticar, de maneira prévia, a doença em fase inicial, é possível curar, independentemente do tumor”, frisa.

Além da parte oncológica, enfatiza o médico, o cigarro provoca problemas cardiológicos, vasculares cardíacos, vasculares cerebrais, pois a fumaça vai deteriorando as células do organismo humano, trata-se de um fator agressor que provoca o envelhecimento acelerado das célula do corpo.

Mau Hábito

A grande maioria das pessoas que começaram a fumar na década de 70 e 80, lembra o oncologista clínico, foram influenciadas pela mídia, que incentivava o hábito. “Estamos na transição dessas gerações, das que eram estimuladas a fumar, que não tinham a informações correta, e a geração atual, de 90, que já tem acesso a uma campanha forte antitabagismo. Infelizmente não estão sendo sensatas, pois as informações estão disponíveis em todos os meios”, avalia.

Dr. William Fuzita ressalta que o Brasil tem gasto R$ 23 bilhões em saúde, no tratamento do tabagismo e das doenças relacionadas a esse hábito. E a arrecadação da comercialização do tabaco é de R$ 6 bilhões, o que registra uma conta negativa tanto na economia como na saúde do país e da população.

Em 2017

Neste ano a campanha vai alertar para os danos ao desenvolvimento causados pela produção de fumo – Tabaco: uma ameaça ao desenvolvimento -, pois para a Organização Mundial da Saúde (OMS) e diversos organismo internacionais em Saúde no mundo, não é possível combinar tabaco e desenvolvimento. No Brasil, a campanha é coordenada pelo INCA.

Para o Dr. William Fuzita, o hábito de fumar não prejudica apenas o organismo de quem fuma e de quem respira a fumaça, o cigarro também prejudica o meio ambiente, por meio de seu tipo de produção de monocultura, bem como do descarte de seus resíduos no ar, no solo e na água. “Existem vários impactos ambientais na monocultura do tabaco, como os agrotóxicos, os metais pesados e radioativos, e as toxinas contidas no cigarro, como arsênio, amônia, monóxido de carbono e altas concentrações de substâncias cancerígenas e corantes, todas liberadas no ar, no solo e na água, além de passar e se depositar no corpo humano. Até a esponjinha do filtro do cigarro (bituca), feita de compostos de acetato de celulose demora em média 5 anos para se decompor no solo”, enfatiza o médico.

Sobre as substâncias tóxicas existentes na fumaça do cigarro, o médico alerta que são cerca de 4.720, além das mais conhecidas, como nicotina e monóxido de carbono, a fumaça do cigarro contém substâncias radioativas como polônio 210 e cádmio (aquele das baterias dos carros).

Foto: Jander Souza

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