Livro mostra trajetória de 21 anos do Lar Batista Janell Douyle

Com 21 anos de serviços prestados à sociedade amazonense, sobretudo, a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e vitimizadas, o Lar Batista Janell Doyle lançou neste sábado, 17, o livro intitulado “Um sonho de amor – a história do Lar Batista Janell Doyle”. Escrito pela bacharel em Comunicação Social, Jaqueline Cabral, mais do que um trabalho de conclusão de curso, o livro é a documentação da trajetória de lutas, vitórias e conquistas desta instituição que, assim como outras existentes em Manaus, promovem uma grande rede de atendimento e acolhimento, permitindo um futuro melhor e mais próspero ao público infanto-juvenil que teve seus direitos violados.

Além de relatar momentos marcantes da trajetória do Lar Janell Doyle, o livro é mais instrumento de informação quanto as necessidades do Lar e de como se dão os processos de adoção, de destituição familiar e de disponibilização da criança para a adoção, entre outras relevantes informações sobre os processos de resguarda das saúdes física e emocional das crianças e dos adolescentes.

Conforme dados do Lar, em média, 80% das crianças e adolescentes acolhidos retornam às suas famílias de origem e 20% são encaminhados para a adoção. Conforme Jaqueline, também foi um pedido da diretora da instituição e precursora em todos as ações que envolvem o Lar Batista Janell Doyle, Magaly Araújo chamar a atenção para todas as formas de acolhimento disponibilizadas no Lar e, sobretudo, incentivar a sociedade a participar e ajudar com o Lar e na construção do caráter das crianças e jovens acolhidos.

“Procurei explicar no livro sobre quais são as necessidades do Lar, como se sustenta uma organização desse porte e que ela não se sustenta com doações esporádicas ou com filantropia, mas sim com responsabilidade social. Outra necessidade era atrair o olhar dos padrinhos que, não necessariamente, são pessoas que têm interesse em se tornar pais ou mães adotivos, mas tem interesse em acompanhar o crescimento de uma criança e ajudar na formação daquela criança. Esse livro é sobre quem está do lado de lá, de quem tem uma nova oportunidade. Desejo que as pessoas que leiam esse livro pensem no que podem contribuir para que este Lar vá à frente, que assumam esse papel, assumam essa responsabilidade”, afirmou a escritora.

E foi nesse sentido, com esse compromisso de difundir, fomentar e disseminar a importância de reconhecer, conhecer e ajudar as instituições que trabalham com serenidade, compromisso e responsabilidade com crianças e adolescentes que a presidente do Fundo Manaus Solidária (FMS) e primeira-dama de Manaus, Elisabeth Valeiko Ribeiro, fez questão que o FMS se fizesse presente neste momento significativo para o Lar Batista Janell Doyle.

“Infelizmente não pude estar presente fisicamente no evento de lançamento do livro, fui representada por parte da minha equipe de trabalho, e fico muito feliz por ver o reconhecimento que o Lar e toda sua diretoria merecem e tiveram com a documentação do trabalho que desenvolvem há 21 anos. É uma trajetória que nos motiva, que nos ensina e que nos faz crer que, apesar de todas as dificuldades e adversidades, é possível sim fazer a diferença nesse mundo. Parabenizo à Magaly, à sua mãe Ulda e a todos que fazem parte do Lar Janell Doyle”, disse a presidente do FMS.

Emocionada, a diretora do Lar Batista Janell Doyle, Magaly Araújo agradeceu pelo interesse da autora do livro em contar parte da história de vida da instituição e também a todas as pessoas, físicas e jurídicas, que não se furtam a ajudar em manter o trabalho de acolhimento que foi sonhado há 28 anos, passou sete em construção e está em funcionamento há 21 anos. Magaly não deixou de falar sobre algumas das dificuldades diárias enfrentadas para manter toda a estrutura do Lar, mas falou muito mais dos ensinamentos, do amor, da alegria e da gratidão por poder servir a pessoas frágeis, vulneráveis e que merecem, por obrigação da própria condição humana, amor, respeito e proteção.

“A gente ousa dizer que o amor que acolhe faz recolorir e a gente está há 21 anos recolorindo vidas. Com certeza esse livro é um complemento da realização do nosso sonho, é um relato de uma trajetória que começou sem nenhum recurso, sem uma casa como abrigo, mas com uma vontade muito grande de fazer. Eu sou cuidadora, sou mãe, sou psicóloga, não sou escritora e queria muito que a gente tivesse isso documentado para que outras pessoas possam aprender junto com a gente, partilhando aquilo que a gente aprendeu nesses muitos anos e também possam se inspirar”, relatou.

De acordo com Magaly, um pedido dela à Jaqueline foi de que o livro fosse acessível, de leitura fácil, que pudesse tocar as pessoas. “Eu disse que queria que o nosso livro pudesse ser lido e entendido por acadêmicos, que eles entendessem a lei e como realizar a assistência com profissionalismo; que as mães adotivas pudessem entender qual era a parte delas como mães e as pessoas que quisessem adotar pudessem ter o passo a passo ali também. Um dos nossos objetivos com esse livro é dizer para você, que você também pode fazer com que a gente continue a mudar vidas, que você assimile que a gente só consegue realizar com muitas mãos e que sozinho é impossível”, resumiu.

Uma prova de que somente com muitas mãos e com muito amor é que os gestos de bondade e de amor se multiplicam é o compromisso dos voluntários que trabalham no Lar Batista, seja no cuidado direto com as crianças ou na confecção de pães, bolos, doces e outras guloseimas na Confraria do Sabor, nome dado aos produtos feitos na cozinha do Lar e comercializados na instituição e em outros espaços pela cidade. Segundo Magaly, é por meio dos produtos comercializados na Confraria do Sabor que alguns custos mínimos são bancados, tais como a compra de frutas, verduras, remédios, combustível e outros pequenos gastos.

“Nós nunca tivemos tempo de querer desistir, a gente está sempre querendo reinventar porque sabe que as pessoas que precisam de nós precisam sempre e precisam do nosso melhor. Então a gente agradece as pessoas que estão conosco e às que ainda vão chegar. Eu, de modo especial, agradeço à minha mãe Ulda de Azevedo Arruda, que aos 83 anos é a voluntária mais antiga do Lar, e que ainda hoje faz os lençóis das camas e berços das crianças. Ela sempre me apoiou, esteve e está comigo, conosco nesta caminhada, fez o prefácio do livro e é uma entusiasta do trabalho do Lar em todos os sentidos. Para mim é muito gratificante compartilhar esse momento com ela”, finalizou.

Os livros estão sendo comercializados na sede do Lar Batista Janell Doyle, localizado na rua Igarapé de Mauá, №1, Mauazinho, zona Leste e toda a renda com a venda dos exemplares será revertida para custear despesas do abrigo. Mais informações pelos números 3615-8302 e 99214-8949.

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