Liberdade ainda que tardia 

Esse é o lema estampado na bandeira do grandioso estado de Minas Gerais que por ora visito em curtas férias com a Elaine.

Eu já conhecia muito a região mais ao norte de Minas porquanto foi em Uberaba que casei e onde moram parte dos parentes da minha esposa.
Pela primeira vez resolvemos conhecer as cidades históricas mineiras sonho antigo porém adiado por várias vezes.
Descemos de Belo Horizonte direto para a bela cidade de Tiradentes terra do mais famoso dos inconfidentes.
Belíssimo lugar com monumentos, igrejas e prédios que mais parecem ter parado no tempo. Estradas de paralelepípedo, estação de trem, praças com chafarizes e lagos. Tudo o que remonta a trezentos anos ou mais.
Com uma temperatura amena porém com dias chuvosos, resolvemos esticar até São João Del Rei outra joia da arquitetura barroca com monumentais obras de Aleijadinho o mais emblemático personagem do barroco brasileiro.
Não dá para acreditar que aquelas obras compondo altares, fachadas, imagens sacras e abóbodas de igrejas e prédios públicos, foram esculpidas ou pintadas por mãos humanas dada a perfeição de detalhes e de riqueza em ouro, prata, pedras preciosas e madeira de lei.
O ouro das igrejas se mede em quilos que varia de trezentos a quase meia tonelada do metal mais preciso do planeta, ora cobrindo imagens e paredes, ora compondo isoladamente pequenas e grandes obras de arte.
Paramos em Congonhas onde o famoso mestre Aleijadinho deixou uma marca indelével ao criar e esculpir em pedra sabão as figuras dos doze apóstolos de Jesus na entrada de uma igreja erigida em homenagem ao Bom Jesus.
O espaço no cimo de um morro dedicado a essa importante obra, guarda também em pequenas capelas, as estações da via dolorosa de Jesus, cujas esculturas em tamanho natural chamam a atenção pelas cores, naturalidade e riqueza de detalhes que somente a genialidade de Aleijadinho poderiam criar. É de encher os olhos!
Partimos para Ouro Preto e Mariana outras duas joias de cidades com suas arquiteturas e espaços que encantam os olhos de qualquer viajante.
Ouro Preto com suas quase duas dezenas de igrejas localizadas a cada duzentos metros umas das outras, é uma cidade patrimônio histórico da humanidade.
Seus museus, faculdades, parques e praças são avidamente visitados por uma horda de turistas num vai e vem frenético.
Muitos espaços ainda fechados e em estado de conservação a desejar, igualmente são procurados todos os dias ao menos para que se conheça suas histórias.
Não posso deixar de destacar a generosidade, a amabilidade e a disposição do povo do interior de Minas os quais deixam saudades nos visitantes.
Aproveitamos e fomos até uma pequena vila de Ouro Preto denominada São Bartolomeu que está concorrendo com outras duas vilas brasileiras de São Paulo e do Paraná, ao prêmio de melhor vila turística do mundo.
Com pouco mais de setecentos habitantes São Bartolomeu é a típica vila isolada e parada no tempo, com apenas duas ruas, duas igrejas e pouco mais de duzentas casas.
O que encanta nessa vila e sua gente são a hospitalidade, os doces e a culinária típica, bem como o famoso Rio das Velhas caminho dos Bandeirantes e rico em ouro e pedras preciosas, rio ainda de águas cristalinas, cheio de cachoeiras e de encantos naturais que nos deixaram cobertos de saudades.
Encerramos nossas curtas férias pela capital mineira cidade cosmopolita, feérica, gigante, porém com trânsito organizado e bem sinalizado.
Bares, restaurantes e espaços gastronômicos diversificados, oferecem ao visitante uma gama de oportunidades cujas escolhas são até difíceis de fazer.
Enfim, visitar Minas Gerais, berço dos inconfidentes, da genialidade de Aleijadinho, da boa comida e da bebida artesanal, foi um bálsamo para recarregar as energias e voltar à terrinha que sempre nos chama de volta pois aqui é o nosso lugar.
Té logo!