Justiça bloqueia R$ 256 mil nas contas do Estado para pagar cirurgia de paciente em hospital privado

Após pedido feito no plantão da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) determinou o bloqueio imediato, via Bacenjud, do valor de R$ 256.767,00 do Estado do Amazonas, visando garantir a realização do procedimento cirúrgico pelo Hospital Beneficente Português, do paciente Rodrigo da Silva Araújo.

O paciente, assistido pela Defensoria Especializada na Promoção e Defesa do Direitos Relacionados à Saúde, tem um tumor cancerígeno na cabeça e precisa de uma neurocirurgia de urgência, mas no Hospital e Pronto Socorro João Lúcio Pereira Machado, onde está internado desde o último mês de setembro, não há materiais e medicamentos necessários para esse tipo de cirurgia, informou o defensor público Arlindo Gonçalves dos Santos Neto, titular dessa defensoria.

A decisão foi da juíza de direito Sabrina Cumba Ferreira, ontem, dia 30, ao determinar que desse montante, R$ 25.000,00 serão destinados ao cirurgião Silvio Marcelo Silva Fernandes, R$3.000,00 à anestesista Susana Del Pilar Pino Martinez, e o montante restante destinado ao Hospital Beneficente português, de modo a assegurar o cumprimento da decisão.

Na decisão, a juíza destacou o pedido de concessão de tutela provisória de urgência, feito pela DPE-AM, diante do aumento do tumor que o paciente tem no cérebro, assim como pelo fato de o Estado estar protelando o procedimento cirúrgico sob a alegação de que o hospital não tinha condições de realizar a cirurgia por falta de equipamentos e materiais.

A juíza destacou a solicitação de transferência para outros hospitais com o intuito de agilizar tal cirurgia, mas até a data da sua decisão, nada foi providenciado, enquanto o paciente vem apresentando piora em seu quadro clínico.

ENTENDA O CASO

Rodrigo é portador de um câncer na cabeça e precisa de uma neurocirurgia de urgência. Mas no Hospital e Pronto Socorro João Lúcio Pereira Machado (HPSJLPM) não podem fazer o procedimento por falta de materiais e medicamentos para esse tipo de cirurgia.

A justificativa foi dada pelo diretor do hospital, Antônio Carlo da Silva Nossa, ao juiz plantonista Everaldo da Silva Lira, após ação impetrada pelo serviço de plantão da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM).

Uma ação pedindo a realização imediata da cirurgia já havia sido impetrada no Tribunal de Justiça pela Defensoria Especializada na Promoção e Defesa do Direitos Relacionados à Saúde, mas com o agravamento do caso, os familiares do paciente Rodrigo da Silva Araújo, 35, recorreram ao plantão da DPE-AM.

De acordo com o irmão de Rodrigo, Roberto Araújo, após a ação da Defensoria, a única providência tomada no hospital foi a transferência de Rodrigo para uma enfermaria com assistência de enfermeiros por 24hs.

 “É preciso que seja feita retirada de massa tumoral, mas a direção do hospital diz não ter material e a Susam informou que o hospital tem autonomia para comprar, pois procurei a Ouvidoria deles para reclamar”, denuncia Roberto, pedindo que providências sejam tomadas para evitar danos maiores ao irmão. A cirurgia poderia ser feita ou na Fundação Centro de Oncologia do Amazonas (FCecon) ou no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), mas segundo informações da direção do João Lúcio, não há vagas.

O defensor público Arlindo Gonçalves afirmou que o bloqueio de verbas públicas foi o último recurso usado pela defensoria para buscar garantir a realização do procedimento diante da gravidade da situação vivida por esse paciente e que aflige, em muito, seus familiares.

Diariamente, o irmão do assistido vem entrando em contato com o defensor relatando o drama da desassistência no hospital, pois os parentes são os responsáveis até mesmo pelos curativos no paciente. “Como o governo atual não vem fazendo o que deveria, nossa expectativa é que o próximo possa mudar essa situação e fazer o que é preciso ser feito”, finalizou Arlindo.

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