Hissa convoca diretor do BNY Mellon, banco que faliu o Postalis e fez negócio estranho com a Afeam

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Os parlamentares que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Fundos de Pensão aprovaram, ontem, dez requerimentos, de autoria do deputado federal Hissa Abrahão (PPS-AM), entre eles um que convoca o presidente presidente na América Latina do Banco BNY Mellon, Eduardo Adriano Koelle. Esta instituição foi denunciada junto ao Banco Central do Brasil pelo Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos, o Postalis, por descumprimento na aplicação de recursos da entidade.

Hissa deve inquirir o executivo ainda sobre um estranho negócio feito no ano passado entre o BNY e a Agência de Fomento do Amazonas, no valor de R$ 20 milhões, para financiar a construção de um estaleiro no Rio de Janeiro. Parte deste recurso foi liberado no dia 3 de outubro de 2014, dois dias antes da eleição estadual.

A CPI investiga os rombos bilionários nos fundos de previdência complementar de funcionários de estatais e servidores públicos.

“Convocamos o senhor Eduardo Koelle para que ele possa explicar a administração ruinosa que o Banco BNY Mellon fez com os recursos dos Postalis, que pode ir à falência devido ao rombo bilionário. O banco é responsável por 11 fundos de investimentos no país e cerca de dez receberam auto de infração da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) por gestão de risco e ingerência de investimento”, comentou o deputado, informando que a data do depoimento do executivo ainda será definida pela CPI. “Queremos saber para aonde o dinheiro dos Postalis foi investido. O rombo bilionário (R$ 6 bilhões) vai prejudicar milhares de trabalhadores que sonharam com uma aposentadoria melhorada e agora terão problema com suas complementações de renda”, completou.

O deputado federal informou ainda que serão intimados a prestar depoimentos o ex-diretor financeiro dos Postalis, Adilson Florêncio da Costa, mais o ex-presidente do conselho deliberativo do mesmo fundo complementar, Ernani Coelho. Foram aprovadas ainda as convocações do diretor de fiscalização da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), Maurício Nakata, e do diretor-superintendente Carlos Alberto de Paula. “Eles irão prestar esclarecimentos sobre o porquê de não fiscalizarem os diversos fundos de previdência complementar das estatais e não apurar e punir os desvios de recursos dos fundos. Estamos investigando para chegar aos responsáveis de causar os rombos bilionários”, finalizou.

Documentos

Além das convocações, os deputados federais aprovaram os requerimentos, de autoria de Hissa, que solicitam o compartilhamento de atas de reuniões, balancetes financeiros e auditorias dos Postalis, Previc, e da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), e da Fundação dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ). Estes são os maiores fundos de pensão complementar do país e alvos de diversas denúncias de desvios de recursos dos servidores.

 

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