Governador e Sindicato vistoriam escolas no retorno do ensino fundamental

No primeiro dia de retorno das aulas presenciais do Ensino Fundamental na rede pública estadual, nesta quarta-feira (30/09), o governador Wilson Lima (PSC) vistoriou o Centro Educacional de Tempo Integral Sérgio Alfredo Pessoa Figueiredo, no bairro Cidade de Deus, zona norte de Manaus. Ao todo, 107 unidades de ensino da capital retomaram suas atividades presenciais, totalizando mais de 111 mil alunos. O Sindicato dos Profissionais em Educação do Amazonas (Sinteam) também percorreu as escolas.

Seguindo todos os protocolos de segurança definidos pelas autoridades de saúde, o retorno acontece de forma híbrida e alternada, pois os estudantes frequentarão as escolas apenas em dois dias da semana: o grupo A às segundas e quartas, e o grupo B às terças e quintas. Nos demais dias, eles deverão acompanhar as transmissões do projeto “Aula em Casa”, pela TV Encontro das Águas ou pela internet.

Para o governador, a medida tem o objetivo de reduzir os prejuízos à aprendizagem dos alunos em decorrência da suspensão das aulas durante a pandemia.

“O trabalho que a gente está fazendo hoje, a retomada, é para diminuir desigualdades. Nossos alunos já tiveram muitos prejuízos e nós estamos fazendo esse retorno de forma segura. No dia 10 de agosto, nós retomamos as atividades do Ensino Médio sem nenhuma intercorrência, da mesma forma que eu espero que nós não tenhamos nenhuma intercorrência relacionada ao Ensino Fundamental”, disse ele.

Segundo Wilson Lima, o planejamento elaborado pelo Governo do Estado também inclui o monitoramento da saúde de alunos e professores que estão voltando às salas de aula. Esse processo começou com a testagem prévia dos professores do Ensino Fundamental.

“Nós já fizemos a testagem em praticamente todos os professores que estão retornando à sala de aula, e o aluno ou profissional da área de educação que apresentar qualquer sintoma ou qualquer situação relacionada à Covid, ele será afastado e isso será monitorado”, explicou o governador.

Ele também frisou que os professores do grupo de risco não retornam neste momento, e os alunos que não voltarem ao sistema presencial tampouco serão prejudicados.

“Esse aluno não será penalizado por causa disso, ele pode continuar acompanhando as aulas em casa. O que nós estamos fazendo aqui é dando a oportunidade para os pais e alunos escolherem se querem voltar à escola ou não”, acrescentou Wilson Lima.

Protocolos sanitários

De acordo com o secretário de Educação e Desporto, Luis Fabian Barbosa, os protocolos definidos para o retorno do Ensino Fundamental são os mesmos que já estão sendo aplicados nas escolas de Ensino Médio desde o mês de agosto.

“Os cuidados tomados na escola foram os mesmos: a implantação de um protocolo rígido, construído pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS -AM), em articulação com a Seduc, que prevê a instalação de pias nas áreas externas e refeitório da escola; distribuição de máscaras; aferição de temperatura; instalação de tapete sanitizante; dispensadores de álcool em gel em todas as salas de aula e uma campanha bastante consistente para que os alunos internalizem os comportamentos novos de manterem distância”, explicou Fabian.

O investimento do Governo do Amazonas na retomada das aulas presenciais na rede pública na capital (Ensinos Médio e Fundamental) foi de R$ 10 milhões, para adequações na infraestrutura das escolas e aquisição de equipamentos/materiais de proteção.

Ao todo, mais de 900 pias foram instaladas desde o início do processo. Os protocolos incluem, ainda,  higienização dos ambientes e uso obrigatório de máscara. Para isso, todos os alunos receberão duas máscaras de pano, que deverão ser trocadas na metade da jornada escolar.

Sindicato também fiscaliza

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (SINTEAM) amanheceu percorrendo escolas para fiscalizar o cumprimento do protocolo sanitário da SEDUC e observou que a adesão de alunos é baixa. “Visitamos quatro escolas pela manhã. O que temos observado é que há poucos alunos. Os pais estão com medo de mandar seus filhos. Numa das escolas só havia dois alunos por turma. Nos primeiros dias de aula, o protocolo é cumprido à risca. No entanto, percebemos que isso não se mantém com o passar dos dias”, disse a presidente do SINTEAM, Ana Cristina Rodrigues.

O medo dos pais enviarem os filhos à escola é tanto que a SEDUC está convidando os mesmos a visitarem as unidades para verem o cumprimento do protocolo. “Se a adesão fosse boa, esse convite não existiria”, afirmou Ana Cristina.

Na última segunda-feira, dia 28, o SINTEAM ingressou na Justiça com uma ação civil pública pedindo o adiamento das aulas do ensino fundamental pelo fato de os casos e internações por coronavírus terem voltado a crescer na capital.

O sindicato também espalhou outdoors em Manaus relatando o fechamento de bares e balneários, o trabalho remoto do legislativo, judiciário e a questionável reabertura de escolas nesse contexto de pandemia como forma de ‘conter’ o avanço do coronavírus.

FOTO: Bruno Zanardo

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