As formigas podem prover informações valiosas para o monitoramento da biodiversidade e têm sido usadas, por exemplo, na avaliação de ações de manejo como desmatamentos, proteção dos recursos naturais e impactos resultantes de incêndios florestais, instalação de hidrelétricas e os causados pelas mudanças do clima. No mundo, no entanto, existem cerca de 15.500 espécies de formigas, e identificar todas as espécies para o monitoramento ambiental leva muito tempo.
Diante dessa dificuldade, pesquisadores locais resolveram criar mecanismos mais simples para a classificação desses insetos, e que resultassem na escolha, avaliação ou monitoramento mais rápido de áreas de reserva ambiental. A pesquisa científica, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), buscou definir um protocolo de identificação que fosse eficiente e economicamente viável para substituir a identificação de espécies de formigas no monitoramento da biodiversidade na Amazônia.
O projeto “Uso de abordagem taxonômica, ecológica e funcional foi desenvolvido para validar o uso de substitutos de espécies de formigas em monitoramentos da biodiversidade na Amazônia” foi desenvolvido pelo pesquisador Jorge Souza, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e demonstrou que a utilização de gêneros de formigas como substitutos de espécies é uma ferramenta vantajosa, com um custo benefício favorável, para o monitoramento da biodiversidade, e capaz de fornecer as mesmas informações que as espécies.
O estudo foi realizado com espécies de formigas coletadas no solo, e de um banco de dados que abrange coletas nos estados do Amazonas (AM), Roraima (RR) e Rondônia (RO), e foi amparado pelo Programa de Apoio à Fixação de Doutores no Amazonas (Fixam/AM), edital Nº 022/2013.
Por meio desse controle foi possível verificar que, dentro das Reservas, os eventos climáticos naturais como a seca, o El Niño e a La Niña, não afetaram as espécies de formigas de maneira drástica, mudam as espécies, mas as funções ecossistêmicas têm se mantido.
O monitoramento é importante também para saber quando a espécie é substituída, perdida ou aparece uma nova, e se esses processos de interação entre as formigas e o ambiente ainda estão acontecendo ou vão mudar.
Para o pesquisador, o estudo permite fomentar discussões relacionadas a políticas públicas direcionadas ao monitoramento da biodiversidade na região Amazônica.
Mais informações sobre o estudo podem ser conferidas em artigos em inglês disponíveis por meio dos links https://onlinelibrary.wiley.co
Fixam – O programa tem como objetivo estimular a fixação de recursos humanos com experiência em ciência, tecnologia e inovação e/ou reconhecida competência profissional em instituições de ensino superior e pesquisa, institutos de pesquisa, empresas públicas de pesquisa e desenvolvimento, empresas privadas e microempresas que atuem em investigação científica ou tecnológica. Propiciar o fortalecimento dos grupos de pesquisa existentes e a criação de novas linhas de pesquisa de interesse regional, mediante a contínua integração entre os setores acadêmico, científico e o Estado.
FOTO: Érico Xavier
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