Exército contesta matéria da Folha de S. Paulo sobre “intervenção” em São Gabriel

O Comando Militar da Amazônia (CMA) divulgou nota hoje contestando matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, afirmando que o Exército controla a vida civil no município de São Gabriel da Cachoeira, localizado na região da Cabeça do Cachorro, na fronteira brasileira com a Venezuela e a Colômbia. Segundo os militares, as afirmações contidas no texto são inverídicas.

Veja a nota, na íntegra:

“Sobre a matéria divulgada às 23h15 na Folha de São Paulo, no último domingo, (09/05/2021), com a manchete: ‘Na cidade mais indígena do Brasil, Exército ocupa e domina vida civil’, o Comando Militar da
Amazônia (CMA) esclarece que:

A matéria traz uma manchete de cunho tendencioso sobre o Exército ocupar e dominar a vida civil no município de São Gabriel da Cachoeira. O que acontece, neste, como em outros municípios, é que o Exército Brasileiro, há muitos anos, leva a presença do Estado onde este ainda não chegou. O fato de dizer que o único hospital da cidade é administrado pelo Exército Brasileiro, pode até ser considerado um elogio, pois este hospital atende pelo SUS à toda a população civil da cidade. A falta de conhecimento sobre o conteúdo é tão nítido que até mesmo o nome do atual Comandante Militar da Amazônia foi publicado como Guilherme Theophilo Gaspar de Oliveira, que deixou este Comando em abril de 2016, há 5 anos atrás.

O referido jornalista, em outra entrevista solicitada a este Comando, por e-mail, inclusive, coloca a foto do antigo Comandante. O acidente automobilístico citado foi tratado disciplinarmente, à luz do Regulamento Disciplinar do Exército. O fato de um cidadão bater em um poste é um acidente que não caracteriza crime militar, portanto pode e deve ser apurado pelas autoridades civis competentes. Quanto à falta de energia, reforçamos que no município de São Gabriel é recorrente. Uma das principais causas observadas refere-se às intempéries da natureza, como por exemplo: queda de árvores nas linhas de transmissão, durante o período das chuvas. Na noite de 30 de janeiro de 2021 (como cita a reportagem), houve a interrupção do fornecimento de energia por cerca de 4 horas e 30 minutos. No momento, havia 29 (vinte e nove) pacientes internados. Destes, 19 (dezenove) possuíam o diagnóstico relacionado à COVID-19.

Como o Hospital de Guarnição de São Gabriel da Cachoeira possui um gerador de energia elétrica, e uma usina de oxigênio, além de estoque de cilindros de oxigênio (no dia 30 de janeiro, havia 27 cilindros em condições de uso imediato, além de 157 plenos, em estoque), não houve nenhum prejuízo ao atendimento normal e rotineiro dos pacientes internados. Dessa forma, apesar de ter havido o registro de um óbito no referido dia, o mesmo nada teve a ver com a falta de energia momentânea. Finalizando, com relação à afirmação de que as lideranças da FOIRN eram perseguidas e ameaçadas de serem surradas durante os governos militares, cumpre esclarecer que a FOIRN, de acordo com sua página na INTERNET, foi criada em 1987, ou seja, período posterior aos governos militares.

Atenciosamente,

COMANDO MILITAR DA AMAZÔNIA EXÉRCITO BRASILEIRO

A força do povo brasileiro defendendo a Amazônia”

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