Ex-presidente da Afeam é indicado pela Justiça Federal por crime contra o sistema financeiro nacional

O desembargador federal Cândido Ribeiro indiciou o ex-presidente da Agência de Fomento do Amazonas, Evandor Geber Filho, por crime contra o sistema financeiro nacional, no processo que leva o número 0033145-23.2016.4.01.0000 e corre em corte especial, depois de passar pela Justiça Federal no Estado. O fato novo pode gerar uma bomba de efeitos catastróficos para o governo José Melo.

Evandor foi afastado do cargo há duas semanas, depois que o Tribunal de Contas do Estado tornou seus bens indisponíveis, devido à aplicação temerária de R$ 20 milhões,às vésperas da eleição estadual de 2014, em um fundo atrelado a uma empresa de transporte de valores do Rio de Janeiro.
A Justiça Federal está aprofundando várias condutas tipificadas como criminosas que podem até culminar com a prisão do agora ex-presidente.
Nos bastidores do governo, há o temor de que outros casos rumorosos causem prejuízos não apenas a Evandor, mas ao ex-governador Omar Aziz e ao atual, José Melo, que não perceberam a ação do auxiliar. Só na falida Gradiente foram investidos R$ 25 milhões.
Tentando “tirar o corpo” do assunto, Melo afirmou, na semana passada, durante entrevista à rádio Tiradentes, que foram feitos investimentos temerários em governos anteriores. Citou o caso do hotel Amazonia Golf Resort, de Rio Preto da Eva, e da Brasjuta. Mas omitiu o Nort Hotel, em Manaus, que jamais funcionou, mas consumiu cerca de R$ 20 milhões, e esqueceu de dizer que ele próprio jamais investigou a conduta de Evandor e sua turma.
Melo, na verdade, ainda tinha esperança de renomear Evandor, que considera um amigo pessoal, mas agora está definitivamente impedido de faze-lo, por causa do indiciamento do ex-auxiliar  no inquérito que corre na Justiça Federal.
O prejuízo aos cofres públicos dos “investimentos” autorizados ou renegociados por Evandor pode bater na casa dos R$ 100 milhões. Como a Afeam é uma sociedade anônima, cujo sócio majoritário é o Estado, devem ser incluídos nos processos, além de todos os beneficiários, os membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal dos últimos cinco anos, além dos gestores do acionista majoritário, ou seja, os dois últimos governadores, Melo e Omar.
Há uma corrida imensa nos bastidores da Assembleia, porem, procedimentos até muito mais contundentes correm no Banco Central, no Ministério Público Federal e na Justiça Federal, já tendo arrolados outros personagens que atuaram com poder de decisão ou obrigação.
Evandor, inclusive, já estaria se mudando de volta a São Paulo, onde reside a família. Detalhe: ele foi nomeado presidente da Afeam, após a morte do ex-presidente Pedro Fallabela, sem ter um requisito básico para a função, exigido em resolução do Banco Central: o diploma de economista. O documento apresentado por ele era falso.
Se forem condenados, os ex-diretores estão sujeitos  penas da Lei Federal 7.492/1986, que, na média, vão de 2 a 8 anos de prisão.

Qual Sua Opinião? Comente:

Deixe uma resposta