ÉTICA e MORAL AMBÍGUAS

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Nesses dias de completa turbulência política, de opiniões exacerbadas e de nervos à flor a pele onde políticos se transformam em juízes e juízes emitem opiniões e julgam politicamente sem o menor receio de que sejam cobrados por suspeição; dias em que assistimos estupefactos a libertação de mensaleiros os quais nem bem esquentaram as camas da penitenciária e dias em que o encrencado presidente da Câmara Federal flagrado em meio à existência de contas nem tão secretas na Suíça está prestes a comandar o processo de impiechment da presidente da República e onde o indiciado presidente do Senado Federal feito poraquê que ninguém ousa tocar e que se esgueira por entre tortuosas e fugidias posições; onde o maior partido do Brasil cai fora da base de sustentação do governo mesmo à despeito de ter contribuído ao longo dos últimos seis anos com o projeto de poder em curso; dias marcados pela publicação de grampos telefônicos em que um ex presidente do país e quejandos  são flagrados em indisfarçáveis manobras visando driblar o andamento da justiça, só me resta recorrer à teoria atribuída à pensadora  Simone de Beauvoir, a moral da ambiguidade ou a ambiguidade ética e o faço, buscando comparações com fatos ocorridos com a máfia italiana e com o cartel colombiano do tráfico de drogas.

As máfias, especialmente a siciliana, são regidas por um código de ética em que os chefões ditam certas regras comportamentais a serem regiamente seguidas pelos escalões mais baixos. Conta-se que certa vez um soldado ou associado apaixonou-se (o que é terminantemente proibido) pela esposa de um companheiro seu de crime. Sabendo que poderia perder a vida se transgredisse a ética da organização, foi ter com o capo afim de aconselhar-se. Este de pronto aplicou-lhe tremenda admoestação porém, disse ao soldado que só havia uma maneira de manter o idílio amoroso sem ferir os princípios da máfia. Orientou então o apaixonado associado a matar seu oponente concluindo:- O código de ética da organização não proíbe apaixonar-se por viúvas.

Certa feita, Pablo Escobar o maior traficante de cocaína de todos os tempos, diante da iminente derrocada dos negócios após as bem sucedidas incursões do FBI e do exército colombiano sobre o tráfico, publicou um comunicado à nação onde lamentava que essas investidas causariam uma perda brutal de receita ao país além de produzir o desemprego de milhões de colombianos que viviam da produção, do refino e da comercialização da cocaína.

Quanta ousadia! Quanto despautério! Ou como diria minha nonagenária mãe, Dona Lélia:-Quanta falta de polícia!

A propósito, outro dia ouvindo um dos discursos em que o ex presidente Lula dirigindo-se a plateias amestradas assaca impropérios sobre o Juiz Sérgio Moro e vocifera:- Será que o Moro tem noção do mal que ele está causando à economia do Brasil? Será que ele não sabe que essa operação lava a jato vem causando a perda de milhares de empregos no país?

Como diria um falecido colunista social amazonense:- Pano rapidíssimo!

É, meus poucos porém politizados leitores, o que atravanca o progresso do nosso país, é termos que conviver com essas ambiguidades morais e éticas de quem deveria dar o primeiro e o melhor exemplo para as gerações futuras.

Pra encerrar, lembro da fala do Ministro do STF Luiz Roberto Barroso captada em uma aula em off para seus alunos num dos ambientes daquele poder onde ele diz:- A política morreu! E corrige: – A política está enferma!

Assino embaixo. Té logo!

Sds Ronaldo Derzy Amazonas

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