Entre os tics e um TAC

Já dizia alguém em boa e oportuna hora, que quando um governo, uma instituição ou uma gestão não quer que a coisa ande ou seja resolvida, nomeia uma comissão.

Há outros e outras que preferem impor um TAC-Termo de Ajustamento de Conduta, essa expressão século vinteana usada e abusada por organismos de controle social, financeiro e judicial, para denotar que alguém ou alguma coisa não fez o correto e o corretamente e precisa entrar e andar na linha.

Nada mais bizarro, antipático e inócuo que um TAC da vida aplicado na saúde pública do estado nesse momento de desespero e de falta de compromisso do governo para com esse setor.

Podem tirar secretário, trocar assessorias ou mudar de endereço; se o governo do estado não priorizar a saúde no orçamento e nos repasses financeiros, a única certeza que temos, é que a situação só tende a degringolar de vez.

Tenho dó da enfermeira que assumiu recentemente a Secretaria de Saúde do nosso estado.

Penso sinceramente que a moça foi colocada apenas como bucha de canhão ou para tapar um buraco momentâneo. Logo logo um político assume o cargo.

Quando ela cair(pode ser até em si) e perceber que o problema não é apenas de gestão mas substancialmente da falta de grana, talvez seja tarde e se sinta arrasada e sozinha nessa jornada.

Vá lá que ela está substituindo alguém pouco preparado para o cargo e que também sofreu as agruras de depender de uma postura firme do governador junto à SEFAZ.

Se a atual secretária continuar na mesma balada apenas irá enxugar gelo e, num gesto de estoicismo heróico, talvez acredite que pode mudar esse quadro dantesco. Oremos!

Em meio a esse drama que já dura anos, vem o TCE e, acreditando que um  gesto de mágica resolve os inúmeros problemas da saúde pública, chama a secretária de saúde para tomar conhecimento de um TAC. Misericórdia!

A corda sempre arrebenta no lado mais fraco já diz o axioma popular e a bola da vez é a pobre da atual secretária de saúde do estado que mal assumiu o cargo.

Porquê o TCE não convocou o secretário de fazenda? Porquê a presidente do TCE não chamou o governador?

Pois são estes os donos da grana e eles quem têm nas mãos o poder decisório e podem com uma canetada resolver parte substancial dos muitos problemas da área da saúde.

A Secretaria de Saúde do Amazonas já foi palco dos maiores escândalos de desvios de grana pública que derrubaram e prenderam inúmeros gestores e até um governador.

Há anos que a SES vira e mexe está envolvida em falcatruas, roubos, corrupção e desmandos.

E sabem porquê? Porque a SES tem orçamento constitucional e é irrigada todos os anos com bilhões e bilhões de recursos federais e do estado.

Isso brilha os olhos de governadores e gestores desonestos e insensíveis com a saúde do povo.

Tem muita gente de olho na SES e tem mais gente ainda com sede de roubar o dinheiro dos medicamentos, das cirurgias, dos exames, dos procedimentos ambulatoriais e hospitalares e dos volumosos contratos de empresas de mão de obra da área.

A SES é uma mina de fazer corrupção para irrigar campanhas eleitorais. Basta colocar na poltrona do gabinete a pessoa certa, afável, arguta e disposta a fazer o que o mestre mandar.

Lasque-se o povo! Danem-se os doentes! Ferrem-se os usuários do SUS!

Mesmo assim ainda desejo que a nomeada tenha sucesso, imponha-se pelo respeito, honre sua biografia, afaste-se dos maus caminhos e mande para bem longe os que desejam fazer da SES um palco para mais escândalos e roubalheiras.

Té logo!

ET. A gestão da Fundação Alfredo da Matta amargou uma baita derrota ao ter um inquérito aberto contra ex gestores e servidores junto à Policia Federal arquivado por inépcia e por falta de mínimas provas.

Numa atitude persecutória sem precedentes e de caça às bruxas, a atual gestão vem promovendo uma série de sindicâncias e investigações sem nenhum embasamento fático ou de provas, apenas e tão somente para constranger ex gestores e servidores humildes que não compactuam com a administração.

Até às barras de processos administrativos disciplinares alguns servidores de careira foram levados trazendo angústia e prejuízos emocionais e financeiros a estes.

Tenho fé em Deus e na justiça dos homens que também no PAD todos haverão de ser inocentados.

Fica aqui minha solidariedade a todos esses colegas muitos dos quais serviram com honradez, caráter ilibado e dedicação aos misteres da minha gestão até o final de 2022.

Todos estes que trabalharam comigo cumpriram a uma exigência minha quase obsessão: Façam apenas o CORRETO e o CORRETAMENTE.

E todos foram fiéis a esse princípio moral para com a coisa pública.

Eles passarão. Nós passarinhos! Como diria na Mário Quintana