A anunciada intenção do governador Amazonino Mendes de anexar a Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico à Secretaria de Fazenda está provocando uma mobilização entre membros de entidades representativas dos empresários e de prifissionais liberais do Estado. Eles entendem que a mudança pode ameaçar o futuro do desenvolvimento econômico do Estado e as ações de planejamento do Polo Industrial de Manaus, além de acarretar prejuízos aos profissionais tanto da economia, quanto da administração e da contabilidade, já que essas três áreas caminham juntas na área do planejamento estratégico.
O Conselho Regional de Economia e a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas lideram a mobilização e estão chamando outras entidades de classe, do comércio, da indústria e da sociedade civil, para levar ao governador Amazonino Mendes esta demanda.
A Seplan tem como missão desenvolver o sistema estadual de planejamento e coordenar as políticas públicas de desenvolvimento socioeconômico do Amazonas. Hoje, dentre as suas atribuições, tem o papel de elaborar, acompanhar e avaliar o Plano Plurianual, que é o planejamento econômico do Estado por quatro anos; formular e executar estratégia de crescimento econômico, contemplando a inovação tecnológica e a busca do pleno emprego, assim como apoiar a implantação de empresas geradoras de emprego e renda e realizar estudos e pesquisas de acompanhamento da conjuntura socioeconômica para subsidiar a formulação de políticas públicas.
Para o presidente do Corecon e vice-presidente da Fieam, Nelson Azevedo, extinguir essa importante e estratégica Secretaria é retroceder nas ações de planejamento e de desenvolvimento do Estado. “Entregar uma estrutura de planejamento ao órgão arrecadador é temeroso, porque pode se focar apenas na arrecadação, não funcionando nem uma coisa nem outra. Planejar é totalmente diferente de arrecadar. Por isso, queremos traçar nessa reunião um planejamento conjunto para apresentarmos o mais rápido ao governador Amazonino Mendes”, explicou.
O presidente da Federação do Comércio (Fecomercio), Roberto Tadros, sugeriu que, em comissão, as entidades possam externar ao governador que é incompatível unir Seplan com Sefaz. “Sefaz é tributarista. A função é outra”, disparou.
De acordo com o presidente da Associação dos Consultores, José Laredo, o novo Governo deve conhecer a fotografia do modelo de desenvolvimento do Amazonas, que está na base do contrato de risco, seja com máquinas, equipamentos e tecnologia, com a promessa do Estado de uso fruto futuro dos incentivos fiscais. “Qual a fotografia realista do nosso modelo? Será que o governador tem essa percepção concreta? O nosso modelo de desenvolvimento está decaindo, com os investimentos fixos em produtos de implantação e de diversificação. Precisamos vender esse modelo, com ações sistemáticas de venda. Isso precisa ser dito”, declarou.
“Temos que destacar o papel da Seplan como captadora de empreendimentos para a região“, disse o representante da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Pedro Mendonça, explicando o referencial da Secretaria quando um novo empreendedor deseja instalar-se no Amazonas.
Antônio Medeiros, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), completou que é muito importante a união de todos os órgãos e entidades na busca de uma solução para esse impasse, principalmente, nesse período de crise econômica. “Estamos à disposição para ajudar na construção dessas estratégias”.
Na primeira reunião feita no Corecon, o professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e consultor, economista Rodemarck Castelo Branco, reforçou que a Seplan não deve ser extinta, uma vez que as atividade de planejamento devem buscar analisar a questão da Zona Franca de Manaus (ZFM), que passa hoje por um momento de crise, que é não apenas de conjuntura, mas estrutural. “A convergência tecnológica irá fazer no médio prazo alguns produtos fabricados na ZFM desaparecerem. Diante disso, temos que traçar cenários para os próximos anos e de que forma atingir esses objetivos, com novas alternativas para o PIM, adequadas à nova revolução industrial”.
Também participaram dessa reunião consultores projetistas, representantes do Conselho Regional de Administração (CRA), Federação do Comércio (Fecomércio), Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Comitê Cidadão e Associação Comercial do Amazonas (ACA).
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Este post tem 2 comentários
APOIARAM ELE, AGORA AGUENTEM , O AMAZONAS ESTÁ NESSE COMPASSO DESDE A GESTÃO DELE…
Concordo… É uma secretaria aonde tem só funcionários sem ser concursado. Esta secretaria serve somente com cabide de emprego. Desde sua criação nunca conseguiu desenvolver um projeto que gerasse emprego.