Empodeiradas

Ah, hoje vamos falar de um tema que muita gente não gosta de comentar e nem mesmo de aceitar porque as piadas e anedotas são as mais cruéis possíveis e não aceito dizer que sou da melhor idade, terceira idade p#@ q*#@ *#u! .

Também não gosto desse papo de que velhice é sabedoria ou quando dizem que os velhos é a experiência da vida e bla bla bla. Meu Deus, porque a gente não nasce velhinha e vai rejuvenescendo?

O que eu penso é que a velhice pode até ser muito engraçada se você se apoderar dela. Ah..adorei Empoderamento das Velhinhas . Você por exemplo já ficou presa num vaso sanitário e não conseguiu sair porque sua coluna não deixava você se mexer? E ainda por cima teve que fingir pro seu marido que apenas queria um abraço para que ele te puxasse do vaso? Afinal, não podemos perder a pose e dizer que está ruim da coluna.

Pode ser muito doloroso ou pode ser muito engraçado se você levar na esportiva. Ou por acaso já encontrou um baseado embaixo do sofá de alguma pousada e achou que era cigarro cubano e entregou na recepção? Você já esqueceu de buscar seu neto na escola ( afinal não era minha obrigação diária), quando seu filho viaja pra China e só se lembra de ir busca-lo as 20:30 da noite e sai correndo de casa de pijama? Pois também aconteceu comigo e meu neto me recebe na porta da escola e diz: Vó, que pijama da Disney é esse? Hum……abafa. Sempre quando ligo pra minha cidade natal eu pergunto: E aí coleguinhas…… quem já morreu?

Tenho uma amiga idosa (72 anos) que encontrou recentemente um paquera num
aplicativo chamado “Idosos ao Volante” ( ela não entendeu muito bem o titulo), e mais que depressa marcou um encontro, pois afinal não se pode perder tempo. Foram a um bar barulhento e eles conversaram beberam a noite toda, porem ela nada escutou porque tem problemas de audição e não quis pagar nenhum mico. Na saída eles combinaram um encontro no dia anterior no portão do prédio da casa dela. No dia esperado, ela toda cinderela aguardando no portão e ele chega montado numa Halley Davidson e saíram estrada a fora. Conclusão: Ficou mais surda do que já era, afinal não ouviu ele combinando o passeio de moto do grupo Idosos ao Volante. Eu já ri demais desse causo.

Mas, vamos poupar nossos familiares e amigos, se você ainda os tem, de conversar sobre o passado maravilhoso que você teve, das doenças infinitas e da falta de dinheiro e de como as coisas no passado eram melhores. Eram nada……imagina que nem camisinha tinha. Estes assuntos devem ser tratados, somente com psicólogos ou nos consultórios.

Não aborreça ninguém com os relatórios das suas viagens. As viagens são interessantes só pra nós mesmos. Aprenda a ser concisa, comente apenas o destino e a duração da viagem. Se por algum milagre, alguém perguntar mais alguma coisa, procure responder sim e não. Mas, se sua família não se incomoda em ouvir suas historia, conte tudinho pois viver é estar sempre se reciclando.

E se vivêssemos todos juntos? (2012) eu não assisti a esse filme, mas ele retrata a decisão de cinco amigos, preocupados com o declínio da memória e outros problemas típicos da velhice, de morarem juntos para não se tornarem fardos na vida dos filhos. O inusitado projeto de vida proporciona novas perspectivas, desafios e uma convivência com muitas lembranças da amizade, que conta com mais de 40 anos. Acho que eu adoraria viver junto de um monte de velhinhas e velhinhos empodeirados.

Esse novo estilo de vida de pessoas com mais de 75 anos chama a atenção de um estudante de antropologia que resolve escrever uma tese sobre o cotidiano do grupo. O excelente elenco conta com Jane Fonda e Geraldine Chaplin, entre outros. O idoso percebe que a idade não é um limite para novas descobertas e a adoção de um novo estilo de vida. Afinal, que tipo de vida você gostaria de ter, pois o presente é maravilhoso e conseguimos nos conectar com a humanidade a todo o momento. Que tal criarmos um Big Brother das velhinhas empodeiradas? Eu adoraria participar, e você?

Afinal…..você pegaria Mick Jagger?

*A autora é mestre em Psicologia Social e ouvidora da Fundação Alfredo da Matta

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