O evento foi montado para festejar os 40 anos de vida pública do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), mas os holofotes estavam todos voltados para o que ele e o governador Amazonino Mendes (PDT) tinham a declarar sobre a aliança dos dois, que nos bastidores é tratada como já fechada, para as eleições deste ano. E não faltaram motivos para acreditar que ela é realidade. Só que ambos evitaram declarar isso com todas as letras.

Estavam presentes no evento todos os personagens que fariam parte desta aliança, menos a ex-deputada Rebecca Garcia (PP) e seu pai, o empresário Francisco Garcia. Figuras que até bem pouco tempo atrás figuravam como prováveis apoiadores do senador Omar Aziz (PSD) bateram ponto e teceram loas tanto para Arthur quanto para Amazonino. Exemplos dos deputados Alfredo Nascimento (PR) e Pauderney Avelino (DEM).

A homenagem proposta por Arthur logo no início de seu discurso, a dona Delphina Abdel Aziz, mãe de Omar, serviu também para relativizar as especulações sobre alianças. Ao propor a realização de um minuto de silêncio, ele tratou o senador como “um grande amigo de Manaus”. Mas foi a única referência àquele que, até um mês atrás, era tratado como um aliado preferencial para a disputa do Governo do Estado. De resto, o que se viu foram afagos entre o prefeito e o governador.

Amazonino disse que estava ali para “bater continência para a história de Arthur”. Só não ficou para ouvir o discurso do homenageado, porque alegou que já havia ficado uma hora e meia em pé e sentia câimbras nas pernas. “Velho dorme cedo”, brincou. Ao seu lado, o prefeito se apresentava já descalço, para evitar a dor nos pés.

Os presentes evitaram confirmar a aliança, mas não houve quem não apostasse que ela já foi selada. E Arthur, que há dois meses criticava com veemência a falta de ajuda de Amazonino à sua administração, admitiu pela primeira vez que o valor anunciado pelo Governo para ajudar no asfaltamento de Manaus será utilizado numa espécie de ação conjunta.