Eduardinho: o novo Terminal Rodoviário

Manaus é por natureza uma cidade receptiva, do ponto de vista humano e econômico, mesmo dentro das suas limitações de acessos por vias terrestres. Ainda sem a BR-319 – um sonho de libertação do isolamento -, o maior fluxo de entradas e partidas, de cargas e de passageiros, ainda é aéreo, por meio do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes; e fluvial, pelo Porto de Manaus. Mas não é por isso que a cidade precisa esquecer do que ainda resta no plano terrestre. Está na hora da nossa velha rodoviária, no bairro de Flores, se mudar para a estrutura do aeroporto Eduardinho.

Inaugurado há 40 anos pelo governo de José Lindoso, em 1980, o terminal rodoviário, batizado oficialmente como Engenheiro Huascar Angelim, já deu a sua contribuição para Manaus e as cidades da Região Metropolitana, nas rotas intermunicipais, do mesmo modo, nas interestaduais, via BR-174, com o Estado de Roraima; e as internacionais, para a Venezuela, que tinham nele o suporte necessário para chegar e partir da capital do Amazonas, o maior centro produtor e consumidor da Região Norte do Brasil.

Não é de hoje que se percebe o quanto essa infraestrutura já está obsoleta e, geograficamente, mal localizada para o cumprir o seu papel com qualidade. Um lugar por onde passam em média 35 mil passageiros por mês, com picos de 10 mil a 15 mil, somente em feriados prolongados, o terminal rodoviário de Manaus precisa ser repensado, não apenas no sentido de ampliação da oferta de passagens, mas no ganho de infraestrutura, de olho na interiorização da economia, bem como na expansão do mercado turístico.

Mas falar em ampliação do nosso terminal, no lugar onde ele nasceu e vive até hoje, é perda de tempo. Além de promover, direta e indiretamente, problemas no trânsito da região, a rodoviária não tem espaço para ser ampliada, uma vez que hoje se encontra engasgada no entroncamento das avenidas Djalma Batista, Mário Ypiranga e Torquato Tapajós.

Desativado há pelo menos 3 anos, o Terminal 2 do Aeroporto Eduardo Gomes, mais conhecido como Eduardinho, é, ao meu ver, a melhor solução para o novo Terminal Rodoviário de Manaus. Bem localizado ao lado do Aeroporto Internacional, o Eduardinho pode cumprir com qualidade o papel de rodoviária, com pequenas intervenções como a construção de baias.

Com a transferência da rodoviária para o Eduardinho, as chegadas e partida das viagens de Itacoatiara, Rio Preto da Eva, Presidente Figueiredo, Itapiranga e Silves, por exemplo, não pegariam mais o afogamento de boa parte da Torquato, ao trafegar pela estrada do Tarumã. Do mesmo, as viagens de Manacapuru, Iranduba e Novo Airão, evitariam a longa travessia pelos eixos centrais de Manaus. Ganhariam tempo pelas avenidas Brasil, Coronel Teixeira e do Turismo. Essa solução pode ser viabilizada a partir de uma Parceria Público Privada.

*O autor foi deputado estadual da 15ª a 17ª legislatura, governador do Amazonas em 2017 e é o atual presidente estadual do partido Avante no Amazonas

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