Divisão política enfraquece o movimento dos policiais militares e inviabiliza greve

greve da pm

Ao contrário do que ocorreu em abril de 2014, quando praticamente todos os cabos e soldados da Polícia Militar aderiram à paralisação que forçou o governo a negociar, a greve decretada ontem, depois do cancelamento de uma reunião com o governador José Melo, não teve a adesão esperada e não conseguiu parar nenhuma unidade da corporação. O motivo foi a divisão política, ocasionada pelos interesses voltados para a eleição de 2016.

Em 2014 o soldado Platiny Soares, àquela altura afastado da PM por indisciplina, liderou o movimento, saiu fortalecido, voltou à tropa por decisão do governador e elegeu-se deputado estadual. O deputado Cabo Maciel, que não apoiou a mobilização, só se reelegeu porque Melo colocou a seu serviço os “pelegos” da PM e garantiu outras bases no interior do Estado.

Depois da eleição, cada um foi cuidar da vida e o governo trabalhou com inteligência para desmobilizar a tropa, contando para isso, principalmente, com a atuação firme do coronel Gilberto Gouvea, que não deu espaço aos líderes das entidades que representam os policiais.

Hoje há pelo menos quatro correntes políticas entre os praças: aquela liderada por Platiny, que ainda mantém alguns aliados; a dos “pelegos”, aliados do Cabo Maciel; a Associação dos Praças, agora sob o comando do soldado Gerson Feitosa e a Associação dos Cabos e Soldados. Todas querem lançar candidato a vereador em Manaus na eleição municipal do ano que vem.

Platiny fingiu apoiar o novo movimento, mas não se moveu efetivamente para faze-lo acontecer. Maciel e seus aliados se omitiram, como sempre. E as duas entidades que chamaram a greve não conseguiram a adesão das tropas de elite da PM – Rocam e Força Tática. Estas duas foram fundamentais em abril do ano passado.

Hoje há adesões, mas ainda tímidas. Não existe clima político para a greve.

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