Deputados tentam construir agenda pró-ZFM com empresários

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) e a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) iniciaram discussões sobre a construção em conjunto de uma agenda positiva para defender a Zona Franca de Manaus (ZFM) contra os ataques periódicos do governo federal e da mídia nacional.A parceria foi proposta pelo presidente da CAE, deputado estadual Ricardo Nicolau (PSD), que palestrou na noite da última quinta-feira, 10 de maio, na 7ª reunião ordinária da diretoria da Fieam. Na ocasião, o parlamentar apresentou às lideranças industriais argumentos pró-ZFM e fez um resumo do trabalho em andamento na comissão.

“Vamos iniciar uma agenda para demonstrar o quanto a Zona Franca de Manaus é importante para o Brasil inteiro. Há muita coisa que ainda não é dita e não é mostrada ao restante do país, por isso, queremos trabalhar em conjunto com a indústria nesse sentido. O Amazonas será respeitado”, declarou Ricardo Nicolau.

O presidente em exercício da Fieam, Nelson Azevedo, assegurou apoio à iniciativa e destacou que o momento exige a soma de esforços de várias frentes. “O Poder Legislativo é muito forte e pode nos ajudar bastante neste momento de tantos ataques. É importante afinarmos nossos discursos e dizermos que não somos um peso, mas uma ajuda para o Brasil”, disse.

Em sua palestra, Ricardo Nicolau frisou que é preciso, de imediato, desfazer a imagem de ‘El dorado’ que o resto do País alimenta da ZFM em função dos incentivos fiscais. “Somos o único Estado do Norte e Nordeste que arrecada mais do que recebe da União. Perdemos R$ 6 bilhões anualmente. Nosso PIB é fantasioso. Temos a 3ª pior renda domiciliar per capita do país e perdemos até do Piauí”, enumerou.

De acordo com o deputado, o Brasil como um todo é beneficiário das isenções fiscais da ZFM, em proporção maior até que o próprio Amazonas. “O consumo local de tudo que a Zona Franca produz é de 1,5%, enquanto só o Estado de São Paulo representa mais de 30%. Logo, todos os brasileiros saem beneficiados, muito mais do que imaginam”, explicou.

Criticando os posicionamentos recentes do ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente da CAE questionou as investidas do governo federal contra o modelo. “A ZFM é estratégica e gera emprego e renda em todo o país, não só no Amazonas. No PIM, temos somente as fábricas enquanto as sedes das empresas ficam no Sudeste. A quem interessa nos prejudicar?”

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