O deputado federal Sidney Leite (PSD-AM) vai pedir aos órgãos de controle que investiguem suspeitas de corrupção envolvendo o Distrito Sanitário de Saúde Indígena (DSEI) do Baixo Amazonas, que tem sede em Parintins (a 369 quilômetros de Manaus).
Em pronunciamento na tribuna da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (12/03), o deputado amazonense disse que recebeu documentos de lideranças indígenas revelando o uso irregular de bens públicos.
“Tenho recebido inúmeras denúncias relativas à falta de medicamentos, de infraestrutura, a falta de água, e a falta de garantia de transporte para a população. O DSEI recebeu mais de R$21 milhões, ano passado, e há denúncias de uso de aeronaves para o transporte irregular de pessoas. Enquanto faltam medicamentos há passeio de helicópteros”, criticou o parlamentar.
A Procuradoria Geral da República (PGR), Controladoria Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU), assim como a Secretaria Nacional de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, serão acionados para analisar as suspeitas envolvendo a direção do DSEI do Baixo Amazonas.
“É preciso que seja apurado esse possível desvio e malversação do recurso público. Tenho documentos de lideranças indígenas reclamando da falta de transporte de pacientes e nós temos ali denúncias de utilização de horas-voo de helicóptero para transportar, não necessidade de pacientes indígenas, mas para transportar terceiros”, enfatizou.
O Dsei Parintins é coordenado pelo indígena da etnia Sateré Maué, Mecias Jr, conhecido Bulete. Ele é filho do ex-prefeito de Barreirinha, Mecias Sateré.
Sidney Leite criticou a precariedade da saúde básica indígena na região do Baixo Amazonas. “Nós temos uma demanda reprimida significativa de saneamento básico de modo geral e a reclamação de falta de medicamentos e insumos necessários para a atenção da saúde básica de saúde e se isso não bastasse, a desestruturação, inclusive predial, dos distritos sanitários indígenas localizados na sede desses municípios”.
O deputado lembrou que dados do Ministério da Saúde mostram que os gastos per capita com a saúde indígena no Amazonas chegam a R$1,2 mil, enquanto o que é desembolsado para a população não indígena gira em torno de R$460. Apesar disso, os povos tradicionais não têm estrutura adequada para atendimento.
Ainda nesta quarta-feira, o deputado federal amazonense teve uma reunião com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), e falou da necessidade de reformulação da saúde indígena, levando em conta essas distorções.
“Coloquei isso para o ministro, nós precisamos rever o modelo de gestão. É necessária uma reformulação nesse modelo no país inteiro, mas em especial na Amazônia”, disse.
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