Depois de votar “sim”, Hissa divulga nota justificando o voto e se dizendo injustiçado

hissa no impeachment

O deputado Hissa Abrahão, cujo voto foi motivo de muita especulação, principalmente porque não o declarou antecipadamente, divulgou longa nota justificando o posicionamento favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousse a assumindo uma posição de independência em relação a seus principais parceiros. Veja a íntegra.

“NOTA

Agradeço às pessoas que me procuraram de todo o Brasil para manifestar seu posicionamento, em relação à situação que o nosso país está atravessando. A cada contato, vi a manifestação de um povo guerreiro, ferido em nosso maior orgulho, em nosso maior amor: a pátria.

A minha jornada até aqui sempre foi muito difícil, em todos os aspectos. Comecei minha carreira política há 16 anos, e, posso dizer que se aqui estou, foi por um único apoio recebido: o do povo do meu Estado. Não venho de uma família rica.

Nunca fui apadrinhado por ninguém. Meu caminho foi trilhado através de muito estudo e trabalho duro. Muitas vezes sem ter nem mesmo dinheiro para comprar gasolina para ir visitar um bairro e ir ouvir os problemas das pessoas. Foi com muita luta e continua sendo. As dificuldades mudam de tamanho, mas nunca deixam de existir.

Em minha criação aprendi que honestidade é obrigação, e, não virtude. É assim que nós amazonenses somos. Um povo que traz consigo a humildade, honestidade, muitas das vezes até com a inocência dentro de si.

O que sofri nos últimos dias foi uma sucessão de ataques covardes, uma luta desigual, onde de um lado há uma megaestrutura financiada com dinheiro público, com diversas páginas no Facebook criadas com nomes de falsos movimentos sociais, ONGs e portais de notícias, além disso, um verdadeiro exército de quatro mil estagiários pagos para não só disseminar imagens ofensivas e mentirosas, como, também, comentários contrários a mim, para transformar boatos em verdades na cabeça da população. É a velha política sendo feita com novas ferramentas, antes, eram panfletos apócrifos que amanheciam jogados nas paradas de ônibus, hoje, é esta a estratégia que os “coronéis de barranco” do Amazonas estão usando. Eles têm raiva do progresso, pavor de novas ideias e medo do debate limpo e saudável, pois seus velhos argumentos e limitada inteligência não servem mais a população. Eles já perceberam que o país mudou, que o povo já os aposentou, e, que o último que ainda resta no poder será aposentado este ano. O que resta é isso o desespero. Eles sabem que agora chegou a nossa hora e que não serviremos mais de trampolim.

Tentaram me humilhar publicamente sem nem mesmo eu ter divulgado meu voto. Colocaram-me na capa de um dos principais jornais da cidade atribuindo a mim um voto ao qual eu nunca divulguei. Quiseram me colocar como traidor e como a vergonha do Amazonas sem eu nunca ter feito algo para envergonhar a minha terra. E o mais engraçado disso tudo, o grande responsável por todo este movimento, já disse publicamente ser contra o impeachment e o minimizou, como se fosse algo de pequena importância para o nosso povo. Nunca estive em lista de propina de empreiteira, nunca recebi doações ilegais ou tive o meu nome envolvido em processos por desrespeitar alguma lei, não fui envolvido em escândalos, nem mesmo fiz acordo algum com o atual governo. Não sou “dono” de nenhum espaço no governo federal e nem apadrinho ninguém em qualquer cargo que seja em nenhuma esfera de poder. No cenário atual isto tudo pode até parecer um mérito. Não, não é. Isto não é nada além da minha obrigação como cidadão e homem público. 

E não quero fazer destes episódios ocorridos comigo, uma ação de marketing. O que quero é expor a todos essa política baixa que nenhum benefício traz a nossa cidade e ao nosso país, onde prefere-se desconstruir pessoas com calúnias do que com argumentos e projetos para o povo.

Sempre fui oposição à corrupção e negociatas. Não divulguei meu voto até hoje, pois recentemente troquei de partido para poder ter um pouco mais de igualdade nesta luta frente aos nossos adversários e minha posição, nesta pauta, sempre foi conhecidamente contrária a do partido, inclusive, para os dirigentes nacionais. Como presidente estadual, eu jamais seria irresponsável de me tornar o cabeça de uma rebelião interna contra as decisões nacionais do PDT, que tão bem me acolheu. Em minha posição e minha história não existem laços com o PT. Não devo nada a eles. Devo somente ao povo.

Entendo e respeito o compromisso do partido, mas por que eu renunciaria à minha história em favor de algo que nunca defendi? Tenho e sempre terei satisfação em servir ao PDT, assim como passei toda minha vida política servindo a um outro partido. No entanto, jamais deixarei de ser eu mesmo.

Além disto, Brasília, infelizmente, virou um grande balcão de negócios. De um lado o PT prometendo mundos e fundos para angariar votos e do outro o PSDB e o PMDB já negociando espaços em um novo governo. Ambos defendendo seus interesses. E os do nosso povo? Quem se preocupou com isso até agora?

Não pensem que o impeachment é o fim de uma disputa. É apenas o início de uma outra bem maior, que só traz danos ao Brasil. Portanto, eu jamais colocaria meu mandato a serviço disso. Jamais viraria moeda de troca para interesses do lado A ou B. Mesmo com todos os ataques e desgastes que sofri me mantive fiel até o último momento às minhas convicções e ao povo que me elegeu.

Tenho certeza que não fui eleito para negociar cargos e meus votos nem tampouco para servir de troféu na mão de quem quer o poder ou de quem deseja mantê-lo. Fui eleito para defender os interesses do meu Estado e do Brasil.

Por isto amigos, mesmo sabendo que posso sofrer graves sanções partidárias, que posso ser expulso do PDT, e, ter minha candidatura à Prefeitura de Manaus, que hoje conta com grande apoio popular, seriamente comprometida, peço desculpas ao PDT nacional, mas não poderei os seguir nesta questão. Votei SIM pelo impeachment. E esse voto sempre mantive guardado, para usá-lo apenas em momento certo, a favor do povo, para que nada e nem ninguém viesse interferir ou tentar modificá-lo usando as velhas armas da política brasileira. 

Assim como nunca deixei de lutar pelo povo de Manaus e do Amazonas, o povo, também, jamais me faltou e tenho certeza que não me faltará. Não poderia, para mim, haver algo pior, do que trair a confiança de quem acredita, junto comigo, que poderemos ter um caminho melhor.

Um dia, a política poderá voltar a ser algo que mereça respeito.

#ATITUDE E CORAGEM

Hissa Abrahão”

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Este post tem um comentário

  1. renato augusto soares

    Porque ele nao fala de quando foi diretor financeiro na seas, quem colocou ele la e porque ele saiu.
    foi justamente no governo do eduardo braga.
    do jeito que fala vai virar anjo.

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